Localizado no extremo sul do Estado, o município de Santa Filomena enfrenta diversos problemas em relação à educação. Falta de professores, salários baixos e número insuficiente de escolas são alguns deles.
A Unidade Escolar Professor Lourenço Filho é um exemplo. Nela estudam 363 alunos entre ensino fundamental e médio. No entanto, as aulas estão prejudicadas por falta de professores. Segundo Saulo Pinheiro, diretor do colégio, existe o déficit de sete profissionais na equipe docente. Para os alunos não ficarem prejudicados, a escola se une para pagar aulas particulares e os profissionais ultrapassam a carga horária contratada, como tentativa de repor as aulas dos professores que estão em falta. “Temos que nos virar. São muitos professores que faltam e fazemos o que podemos. Eu dou aula sempre que posso, substituindo o professor de Geografia que não temos. Os alunos fazem bingo e rifas para arrecadar dinheiro e pagar aula particular de professores que não são contratados pelo colégio. Essa foi a alternativa para que eles não sejam tão prejudicados”, comentou.
A escola também enfrenta problemas no laboratório de informática. As máquinas estão paradas há três meses, com problemas, sem nenhuma previsão de manutenção, o que prejudica os alunos. Clarisse, uma das alunas, afirma que isso é ruim para todos, pois impede de realizar uma simples pesquisa sobre algum assunto dado em sala de aula. “Aqui na escola não podemos usar o celular, então precisaríamos do computador para auxiliar nos estudos, fazer alguma pesquisa na internet, até mesmo aprender a mexer melhor neles. Mas isso não acontece porque o laboratório está fechado”, relatou.
Outro problema na educação na cidade está relacionado a renumeração. Os professores seletistas recebem salários baixíssimos, que desmotivam à exercerem a profissão docente na cidade, como relata um dos professores do município. “Aqui o professor celetista recebe R$864. Uma vergonha! Isto é desmotivante, o nosso trabalho é exaustante e para receber menos de um salário mínimo é lamentável”, afirmou.
A situação se torna pior para quem mora no interior da cidade. Como as escolas de ensino médio ficam apenas na cidade, alguns estudantes se deslocam até 50km para terem acesso a educação, como relata Cassione Rodrigues, representante comunitário. “Para quem tem algum meio de transporte, ainda é possível fazer o trajeto, apesar de cansativo, mas esta não é a realidade de todos. Muitos fazem apenas o fundamental e param de estudar devido a distância”, revelou. Para o representante, a melhor solução seria construção de novas escolas, mas soluções mais simples já resolveriam o problema. “Queremos escolas de ensino médio também nos povoados, mas se disponibilizassem ônibus para transportar os alunos, seria uma ótima alternativa”, finalizou.
Fonte: Clube Notícias