No Brasil e no mundo, agências governamentais e partidos políticos têm explorado plataformas de redes sociais para espalhar notícias sensacionalistas ou falsas, censurar informações e minar a confiança na mídia, em instituições públicas e na ciência. É o que aponta um estudo recém publicado pela Universidade de Oxford, da Inglaterra, “Desafiando a Verdade e a Confiança: Um Inventário Global da Manipulação Organizada nas Mídias Sociais”.
Os pesquisadores acreditam que, na era digital, a manipulação da opinião pública através das redes sociais — como Facebook, Twitter, Instagram — é uma perigosa ameaça à democracia.
Com a capacidade de atingir grandes públicos com interesses específicos em um só lugar, ao mesmo tempo em que é possível se comunicar de forma pessoal com os indivíduos, as redes se mostram meios muito atrativos para a propaganda política e social. Em diversos países, campanhas divisoras já aumentaram tensões étnicas, ressuscitaram movimentos nacionalistas, intensificaram o conflito político e até resultaram em crises políticas.
No Brasil, de acordo com a pesquisa, o uso de práticas desonestas na Internet para influenciar as pessoas acontece desde 2010. Contas fake, bots, mensagens de distração, entre outras práticas, foram usadas durante duas campanhas presidenciais e o impeachment. Contratos entre partidos políticos e as empresas que viabilizam essas práticas têm valores de até R$ 10 milhões, como mostra o relatório.
Segundo a pesquisa, períodos eleitorais ou de referendos são os momentos mais propícios para essas ações. Líderes nacionais, partidos e candidatos utilizam a propaganda digital para influenciar eleitores e alterar os resultados de votações.
Uma técnica notável de manipulação é o uso de comentaristas pagos que interagem com usuários reais, seja em redes sociais, fóruns online, blogs, sites de notícias ou outras plataformas. O estudo afirma que governos e organizações políticas usam o método para guiar discussões como por exemplo, atacando a oposição ou montando campanhas de difamação.
FONTE: Tech Tudo