
A Farmácia de Dispensação de Medicamentos Excepcionais do Piauí tem deixado de atender parte da população que leva um tratamento à base de remédios de uso contínuo. Tudo por conta do atraso de licitação do Ministério da Saúde. Com isso, a falta no estoque da farmácia afeta até mesmo os medicamentos essenciais, como por exemplo os que são destinados ao tratamento de pacientes com esquizofrenia, problema que já virou rotina para quem procura o auxílio do governo. Parte dos medicamentos que chegam ao Piauí já não consegue suprir sequer a necessidade dos pacientes que precisam, tampouco sobrar em estoque. As pessoas que têm procurado a unidade de atendimento para receber os seus medicamentos estão voltando para casa sem eles.
Um dos remédios em falta é o Quetiapina de 100 mg e 200 mg, de fundamental importância para o controle de episódios esquizofrênicos. Situação que vem causado problemas não somente para pacientes, mas também para toda sua família. É o caso de Dorivaldo Andrade, que se queixa do que sua família tem vivenciado há dias, já que seu irmão tem apresentado constantes surtos, decorrentes da falta do medicamento há mais de 20 dias.
Muitos são os prejuízos para o paciente, quando o medicamento não é tomado. Alguns deles sentido na pele por Dorivaldo Andrade e o restante da família quando seu irmão não faz o uso como deveria. São esses transtornos de agressividade, falta de sono e um comportamento de bipolaridade, que deixam a família apreensiva e também refém, já que, por orientação médica, não tem como substituir a medicação por outra.
Dorivaldo, responsável por receber o medicamento de seu irmão junto à farmácia de excepcionais, diz que, quando se encaminha para o local, dizem apenas que não tem o remédio e não tem data certa para a chegada, sendo que os próprios funcionários, quando vão atender, afirmam que só despertando a imprensa e o ministério público para talvez resolver o problema.
“Considero tudo isso uma falta de compromisso da Secretaria de Saúde do Estado (SESAPI) para com os pacientes, um descaso e uma falta de responsabilidade”, declarou Dorivaldo, que deu entrada na manhã desta sexta-feira (24) com a denúncia junto ao Ministério Público Federal (MPF) para que o procurador ajuíze uma ação pública contra a Sesapi. A intenção é a resolutividade do caso em caráter de urgência.
Procurado pela equipe do Jornal Meio Norte, Jean Batista, que é Diretor de Assistência Farmacêutica do Piauí, informou que a falta dos medicamentos excepcionais no estado se dá em função do atraso de licitação do Ministério da Saúde e que o problema tem acontecido não apenas no Piauí, mas em todos os estados da Federação.
Em relação ao remédio Quetiapina em específico, Jean informou que foi comunicado pelo Ministério de que nesta semana o medicamento de 200 mg foi faturado, sendo na próxima semana destinado para todos os estados e assim distribuído. Já os de 100 mg somente nos próximos dias serão faturados, concluindo no final da primeira semana de setembro a entrega às farmácias dos estados, e assim disponibilizarão. Jean Batista ressalta que, esse é um medicamento de responsabilidade de compra do Ministério da Saúde, e não do Estado.
Fonte: Meio Norte