O primeiro caso envolve Padres da Igreja Católica acusados de desvios de recursos;
O Ministério Público de Goiás (MPGO) deflagrou nesta segunda-feira (19/3) a Operação Caifás, para desarticular uma associação criminosa que atuava desviando recursos de igrejas católicas do Entorno do DF, entre elas Formosa e Planaltina de Goiás.
Os recursos eram provenientes de dízimos, doações, taxas como batismo, casamento, entre outras, e de arrecadações festivas de dinheiro proveniente de fiéis. O prejuízo estimado é de mais de R$ 2 milhões.
Os alvos são lideranças religiosas ou administrativas ligadas às igrejas. Ao todo estão sendo cumpridos 13 mandados de prisão e 10 de busca. O bispo de Formosa, Dom José Ronaldo, quatro padres e um monsenhor foram presos.
As investigações se iniciaram após o Ministério Público ter recebido denúncias de apostolados leigos (fiéis) dando conta que os desvios haviam sido iniciados em 2015.
Acionado, o MP apurou as denúncias e iniciou a operação. Os promotores e policiais cumprem os mandados em residências, na cúria da Diocese de Formosa, em paróquias de outras cidades, e também em um mosteiro.
Foram apreendidas caminhonetes da cúria de Formosa em nomes de terceiros, além de uma grande quantia de dinheiro em espécie, cujo valor ainda não foi divulgado.
A operação tem a coordenação dos promotores de Justiça Fernanda Balbinot e Douglas Chegury e conta com a atuação de mais dez promotores, com apoio do Centro de Inteligência (CI) do MPGO, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Entorno do Distrito Federal, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI-MP), além da Polícia Civil e da Polícia Militar.
O segundo caso envolve um pastor da Igreja Evangélica acusado de estuprar pelo menos 6 (seis) crianças e Adolescentes;
Um pastor foi preso suspeito de estuprar pelo menos seis crianças e adolescentes, nesta sexta-feira (16), no Bairro Sapiranga, em Fortaleza. O homem tem 52 anos e está preso preventivamente por estupro, após denúncia do pai de uma das vítimas. As crianças e adolescente, que têm entre seis e 12 anos, fazem parte da igreja onde o suspeito atuava.
De acordo com o delegado Levy Louzada, da Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dececa), o suspeito trabalhava como pastor há mais de 10 anos, e estava sendo investigado desde 2016. O homem é casado e tem filhos.
No ano passado, o celular do suspeito foi apreendido pela polícia e foram encontrados materiais pornográficos e de pedofilia, incluindo sexo explícito com menores de idade.
A polícia está investigando os crimes cometidos entre 2012 e 2016. Se condenado, a pena pelos crimes contra as vítimas identificadas até agora pode chegar a 90 anos de prisão, diz o delegado.
‘Acima de suspeita’
A forma de atuação do suspeito era sempre a mesma. Segundo Louzada, o pastor visitava as famílias com a desculpa de orar pelas crianças, e costumava ir às residência inclusive quando os pais não estavam presentes. “Para eles, era uma honra o pastor ir à residência orar pelas filhas”, explica o delegado.
Lá, ele mostrava às vítimas os materiais pornográficos que guardava no celular, no intuito de demonstrar a naturalidade dos atos, e praticava o estupro. “Era um sujeito acima de qualquer suspeita. Muito bem quisto pela sociedade, e usava isso para praticar os atos”, ressalta Louzada.
De acordo com o delegado da Dececa, uma das vítimas chegou a ser forçada a praticar sexo oral com o suspeito.
O pastor também costumava presentear as crianças com chocolates ou dinheiro. A polícia acredita que assim conseguia evitar a denúncia das vítimas.
Flagrado
Com a frequência das ações, alguns familiares foram desconfiando da conduta do homem. Segundo o delegado, em uma ocasião, a avó de uma menina chegou em casa e flagrou a neta com o pastor, enquanto o homem mostrava à criança as imagens no celular. Ao ver a avó, a menina correu até ela com o aparelho na mão, e a mulher viu o conteúdo.
Em outro episódio, o pastor chegou à residência procurando pela neta. Desconfiada, a avó orientou que a menina não o deixasse entrar, mas avisasse que estava sozinha. Com isso, o homem conseguiu entrar na residência, mas acabou encontrando a avó. Após o caso, o pastor não voltou mais à casa da família, segundo conta o delegado.
Prisão
O pai de uma das meninas procurou a polícia após a filha reclamar, durante uma discussão familiar, que o pai deixava o pastor ter acesso à residência.
Em depoimento após ser preso, o pastor negou as acusações de estupro. No entanto, o delegado Levy Louzada afirma que, ao ser confrontado sobre os materiais que guardava no celular, o pastor “apenas abaixou a cabeça”.
Com informações: G1/Metropolis