O Governo do Piauí vai pedir autorização da Polícia Federal e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser o primeiro estado a plantar maconha a fim de produzir o canabidiol, uma das substâncias encontradas na planta que tem grande poder medicinal e não produz euforia, nem intoxicação.
No Brasil, o canabidiol já pode ser prescrito por médicos psiquiatras, neurologistas e neuro-cirurgiões em receita especial de duas vias. Em 2015 a ANVISA remanejou a substância para a Lista C1 do Controle Especial, fazendo com que a mesma deixasse de fazer parte da lista de substâncias proibidas (proscritas). Ou seja, a importação da substância é permitida, mas a plantação de maconha, mesmo que para fins medicinais, ainda não é permitida no Brasil.
A partir de agosto deste ano, a Universidade Federal do Piauí – UFPI (instituição que está desenvolvendo pesquisas com o uso de canabidiol) deve concluir o protocolo de pesquisa e utilização do medicamento para que seja enviado um pedido oficial à Anvisa.
O governador Wellington Dias se mostra a favor da plantação de maconha no Brasil. “Como é que eu posso ter um medicamento que pode ser utilizado dentro do Brasil para o tratamento de saúde produzido nos outros países e não pode se produzido aqui? Acho que é uma hipocrisia que tem que ser quebrada”, disse o governador Wellington Dias (PT).
A própria filha do governador, Danielle Dias, que tem uma lesão cerebral congênita que provoca convulsões, faz uso do canabidiol para diminuir os episódios. A família importa a substância há três anos.
Embora o projeto seja da UFPI, de acordo com o reitor da universidade, José Arimatéia Dantas Lopes, o governo estadual é quem deverá cultivar a plantação por questões de segurança. “Para plantar maconha é preciso ter um aparato de segurança, o que não temos, ou o pessoal roubaria a planta”, afirmou o reitor.
Ainda conforme o reitor, a ideia é produzir um óleo para uso oral e um spray nasal. Pelo projeto, a UFPI desenvolveria fórmulas farmacêuticas e faria o controle de qualidade do canabidiol e o acompanhamento dos resultados junto aos pacientes.
Com informações de Folha de S. Paulo.