O primeiro trimestre de 2018 terminou com 22% mais chuvas do que a média histórica para o período. O volume de precipitações é superior ao registrado no ano de 2009, em que choveu até 15% acima da média. Somente no mês de março foi registrado um total de 295,3 mm de chuvas no Piauí e até o dia 11 de abril já tinha chovido 85% do previsto para o mês.
De acordo com o climatologista Werton Costa nos primeiros três meses de 2018 choveu 22% a mais do que a média do período. “Em janeiro a média história é de 196,8 mm e choveu 176,6. Já em fevereiro a média é 239,1 mm e choveu 320,7 mm. Em março a média é de 286,3 mm e o total de chuvas foi de 295,3 mm”, relatou Werton Costa sobre o volume superior de chuvas para o período.
O climatologista alerta também para a tendência de nova superação da média história no mês de abril. “Abril já está com todo o perfil de ascendente. Em 11 dias estamos com 85% da chuva que deveria cair em abril. É um percentual muito alto. Estamos muito próximos da média histórica. Mais duas chuvas e atingimos a média”, comentou. Segundo Werton Costa este ano é atípico porque normalmente março é o mês que acumula mais chuva.
Para o climatologista o cenário deste primeiro trimestre é equivalente ao registrado em 2009. “São muito equivalente. Em 2009 o primeiro trimestre teve uma faixa de 11 a 15% acima da normal. Temos de fazer um desconto porque a taxa normal de 2009 considerava índices da década de 60 e a deste ano mudaram as médias”, explicou Werton Costa. Atualmente são utilizadas médias históricas que correspondem de 1981 até 2010.
Werton explicou também que na comparação com o trimestre anterior também houve mais chuvas nestes meses. “Foi um trimestre em que foi superada a média. A gente faz a comparação com outros trimestres e na comparação com o anterior o volume é ligeiramente superior. Isso não quer dizer muita coisa porque a chuva não segue esse padrão”, disse o climatologista acrescentando que normalmente fevereiro não é o mês que mais chove.
Aquecimento das águas do Atlântico impulsionam chuvas
O climatologista Werton Costa comentou que quando há um acréscimo de chuvas em um dado lugar, ele é resultante da temperatura do mar porque a maior parte da chuva vem dos oceanos. “Chegamos em uma situação em março que não tem a ‘La Niña’, mas as águas do Atlântico continuam quentes e produzindo nuvens. Por um efeito retardado essas nuvens são empurradas para dentro do Nordeste, que é o que chamamos de Zona de Interconvergência Tropical (ZCIT)”, relatou.
A combinação da umidade com as altas temperaturas da região impulsionam o crescimento de tempestades, de acordo com Costa. “Tivemos chuvas em todas as cidades do Vale do Longá. Porque tem um sistema generalizado de chuvas pelo Norte do Piauí”, disse Werton Costa.
Fonte: G1