PF encontra R$ 23,6 milhões em contas de amigo de Temer

A investigação da Polícia Federal sobre um suposto esquema de propinas envolvendo o presidente Michel Temer encontrou planilhas e extratos que apontam um total de R$ 23,6 milhões em contas do amigo de Temer, o coronel aposentado João Baptista Lima Filho. Deste total, R$ 20,6 milhões estavam na conta pessoal e R$ 3 milhões na conta de uma das empresas do coronel. As informações são do jornal Folha de São Paulo.

De acordo com a reportagem, os R$ 20,6 milhões estão em contas correntes e investimentos em nome do coronel (pessoa física) e os R$ 3 milhões em nome da PDA Projeto e Direção Arquitetônica LTDA e da PDA Administração e Participação LTDA. Não foram encontradas movimentações na conta da Argeplan, a empresa mais famosa de Baptista.

Ele foi preso em março deste ano na Operação SKala, que investiga irregularidade no Decreto dos Portos assinado por Temer no ano passado. O decreto estendeu de 25 para 35 anos os contratos de concessão e arrendamento de empresas que atuam em portos com a possibilidade de ser estendido por até 70 anos. O coronel foi apontado na delação da J&F como intermediário de propina para o presidente.

A PF suspeita que o novo texto que regula o setor poertuário foi assinado para atender o interesse de empresas que pagaram milionárias propinas para continuar em operação. De acordo com a investigação, o presidente é suspeito de receber dinheiro do esquema de corrupção.

Esquema revelado pela Fórum

Deflagrada no final de março, a Operação Skala prendeu, além de Baptista, o advogado José Yunes, amigo e ex-assessor do presidente Michel Temer e, em Monte Alegre do Sul (SP), o empresário Antonio Celso Greco, dono da empresa Rodrimar, que opera no porto de Santos.

A Fórum foi o primeiro veículo a noticiar com provas o esquema Yunes. Em fevereiro de 2017, o Blog do Rovai publicou uma série de matérias que revelavam a intrincada teia de empresas suspeitas de Yunes que ficou conhecido como Tabapuã Papers e também a ligação de Temer com Yunes.

A detenção foi autorizada pelo ministro Luis Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), relator do inquérito que investiga Temer por suposto recebimento de propina em troca de benefícios a empresas do setor portuário via decreto.

Fonte: Fórum