No Piauí mulheres trabalham o dobro que os homens dentro de casa; Veja

As mulheres piauienses gastam 21,9 horas por semana cuidando de outras pessoas e fazendo tarefas domésticas. Os homens só dispensam 9,3 horas, portanto, menos da metade. A constatação é da Pnad Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No Brasil, a situação não é tão diferente. Elas dispensam 20,9 horas para essas atividades e eles 10,8 horas por semana. Porém, a diferença entre essas médias no Piauí (12,6 horas) supera a do Brasil e a do Nordeste. Ou seja, a discrepância entre os sexos é bem maior no estado.

Essa diferença fica um pouco menor quando a mulher trabalha fora. Teoricamente, porque nesse caso ela precisa ainda mais da contrapartida masculina nos afazeres domésticos e nos cuidados com os filhos. Além das horas de trabalho remunerado, as mulheres ainda trabalham 19,7 horas por semana dentro de casa. Os homens, 9,2 horas. A diferença é de 10,5 horas semanais a mais para elas.

“A ocupação no mercado de trabalho piauiense é, em sua maior parte, masculina. Em todas as outras formas de trabalho, no entanto, a mulher prevalece. Isso é histórico, mas vem mudando nos últimos anos. No Piauí, em comparação com o país, um percentual menor de homens faz trabalhos domésticos, porém, quanto mais as mulheres se inserirem no mercado de trabalho, mais essa realidade vai mudar”, destaca Maria Lúcia Vieira, gerente de Pesquisa de Emprego e Renda do IBGE.

No Brasil, as mulheres que trabalhavam fora dedicavam 18,1 horas semanais aos afazeres domésticos e cuidados de pessoas, contra 10,3 horas semanais dos homens que trabalhavam, ou seja: eram de 7,8 horas semanais a mais para as mulheres.

No Piauí, segundo a pesquisa, 93,4% das mulheres em idade de trabalhar realizam os afazeres domésticos. Entre os homens, esse percentual cai para 76,7%. “No país inteiro, os homens estão assumindo mais o papel de protagonista na vida doméstica. No Piauí, ainda há uma distância maior para os demais estados”, afirma Leonardo Passos, chefe do IBGE.

Fonte: Cidade Verde