O Ministério Público do Piauí (MP-PI) emitiu um parecer favorável ao pedido de interdição da academia onde foi realizada uma luta clandestina, que resultou na morte do lutador amador de boxe Jonas de Andrade Carvalho Filho, de 34 anos, em Teresina, no mês de abril deste ano. O pedido de interdição foi feito pelo 7º Distrito Policial, responsável pela investigação do caso.
No documento, a promotora de Justiça Gianny Vieira de Carvalho informou que inquérito policial concluiu que o evento não possuía nenhuma autorização para a sua realização. Conforme a polícia, os organizadores chegaram a tentar obter apoio da Federação Piauiense de Boxe Amador e Profissional, mas a entidade negou em decorrência da pandemia da Covid-19 e dos decretos estaduais em vigor.
“Entende este órgão ministerial, portanto, que a autoridade policial logrou êxito em expor os motivos ensejadores do pedido em comento, visto, resta claro, o total desrespeito dos organizadores do evento esportivo perante o Decreto Estadual, como também para com a vida humana”, informou a promotora no parecer.
O parecer favorável à interdição foi enviado à Central de Inquéritos da Comarca de Teresina.
Entenda o caso
Boxeador Jonas de Andrade Carvalho Filho — Foto: Arquivo Pessoal
O lutador amador Jonas Andrade, mais conhecido como “Guerreiro da Luz” estava em uma luta de boxe contra um homem, identificado apenas como Jônatas, quando acabou desmaiando na academia onde acontecia o evento.
Ele foi socorrido e encaminhado para o Hospital do Buenos Aires, na Zona Norte. Jonas Andrade sofreu uma lesão no crânio, acabou não resistindo aos ferimentos e faleceu na madrugada do dia 25 de abril. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Teresina apontou que o lutador morreu vítima de um traumatismo craniano.
A TV Clube teve acesso a um áudio do organizador da luta clandestina falando sobre o evento. Ele se mostra irredutível a mudança ou cancelamento da luta clandestina, mesmo com os decretos estadual e municipal proibindo a realização de eventos com aglomeração de pessoas.
“Fica assim, o evento é dia 24 e pode Deus e o demônio descer na terra dizendo para mim não fazer que assim mesmo eu ainda faço, entendeu? Que eu nasci foi para quebrar regra e não para cumprir“, afirmou.
A Polícia Civil indiciou o organizador da luta, o árbitro e o lutador adversário da vítima. Além deles, foram indiciados dois enfermeiros, um radiologista e um fisioterapeuta, que assistiram à luta.
Fonte: G1 Piauí