A greve dos trabalhadores e professores da rede Estadual de Ensino completou um mês nesta segunda-feira (9) e milhares de alunos estão sendo prejudicados por falta de aula. A classe protesta contra o reajuste do piso nacional do magistério que ficou mantido em 6,81%. O governo pagou 2,95% e alegou que não seria possível dar mais devido ao período eleitoral.
De acordo com Paulina Almeida, presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Professores da Educação do Estado do Piauí (SINTE-PI), o acerto salarial não atende as expectativas da categoria.
“O acordo judicial é que atende as nossas expectativas que é de 6,81% para professores em maio, 3,15% para funcionários também em maio e a mesma porcentagem para funcionários em setembro. Então, qualquer outra proposta, como esta de 2,95%, ela não atende as expectativas da classe trabalhadora, tendo em vista que esse reajuste do governo foi para todas as categorias. Nós estamos buscando a execução do acordo judicial firmando para nós da educação, juntamente com o governador do estado” explicou a presidente.
A Unidade Escolar Benjamin Batista, no Centro de Teresina, amanheceu com as salas de aulas vazias. Tanto os professores e os poucos alunos presentes tiveram que retornar para suas casas, com um saldo de mais um dia sem aula, que somam exatamente em um mês.
Guilherme Araújo é aluno do segundo ano do ensino médio e está sentindo na pele a falta de aula. “Já é difícil para uma escola pública aplicar uma educação boa, imagina sem aula. Pra quem vai fazer o Enem é prejudicado porque terá visto menos conteúdo”, disse o aluno.
Na Unidade Escolar Govenador João Clímaco Almeida a situação é a mesma. Todos os 45 professores da escola estão sem ministrar aula também há 30 dias. A escola têm 920 alunos matriculados nos ensinos médios e profissionalizantes.
Preocupada com a educação da filha, a agricultora Maria de Fátima Nascimento foi até a escola para receber uma posição por parte da diretoria, em relação a falta de aula do curso de informática.
“Minha filha levanta 4h pra vir para o colégio. Ela pega um mototáxi pra vir e outro para voltar. A despesa é muito grande e eu não posso ficar gastando à toa. Então, eu queria saber quando é que os professores voltarão para sala de aula. Eu não vou é ficar gastando o que eu não tenho e ela ficar parada, sem aula”, desabafou dona Maria de Fátima.
Fonte: G1