O diretor do DIP ( Diretoria de Inclusão Produtiva), Francisco das Chagas Ribeiro e equipe da SDR, representando a Secretária Patrícia Vasconcelos; o diretor geral do Emater, Marcos Vinicus; e o coordenador da URGP de Picos, José Manoel de Oliveira; participaram da abertura da capacitação em Implementação de Projetos de Investimentos Produtivos (PIPs), nos territórios Chapada do Itaim e Vale do Guaribas, que será executado pelo Governo do Estado por meio da Secretaria, em parceria com o FIDA ( Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola). O valor do investimento ultrapassa R$ 8,2 milhões, beneficiando 986 famílias desses municípios.
Aproximadamente 100 pessoas, representantes de associações comunitárias, técnicos de ATS, coordenadores da URGP de municípios da Chapada do Vale do Itaim e Vale dos Guaribas, participaram do evento, que tratou de aspectos de implementação dos planos de investimentos produtivos, convivência com o semiárido, gestão associativa e uso de bens coletivo e a importância do regulamento para a gestão do PIP.
Francisco Rodrigues, presidente da Associação das Comunidades Quilombolas e integrantes da associação de apicultores de Barro vermelho,em Paulistana, destaca o trabalho desenvolvido na produção de mel .Dos 42 sócios, 28 produzem mel. “Já em 2019 colhemos mais de 15 toneladas de mel (15,800 ton) e já vamos colher de novo estes dias, nossa comercialização vai direto para a Casa Apis e é exportada para Europa e Alemanha.Este convênio vai nos ajudar a melhorar ainda mais esta e outras produções da nossa comunidade”, concluiu o apicultor.
A tesoureira da Associação de Barro Vermelho, Josefa Amélia da Silva, afirmou que aprendeu muito com a capacitação e vai levar o conhecimento para a comunidade. “Além do mel, criamos cabras, ovelhas e bovino, vamos continuar o que já começamos,aprendi bastante e vou levar vários projetos e tenho fé que vamos colocar tudo em prática e ajudar nossas famílias quilombolas”, destacou.
A programação do evento continuou nesta sexta (8), envolvendo discussões em grupo e esclarecimentos de dúvidas sobre temas como prestação de contas e gestão financeira e solenidade com assinatura de convênios de colaboração e capacitação em implementação de Projetos de Investimento Produtivo ( PIPs), que serão implantados em 15 muncípios, com a participação de lideranças da região.
“Hoje, o FIDA ( Fundo Iteramericano de Desenvolvimento Agrícola) considera o PVSA ( Programa Viva o Semiárido) um dos projetos de melhor desempenho dentro dos que eles apóiam no Brasil, tanto que já abriram a possibilidade de um aditivo ao programa e isso é o reconhecimento do esforço da equipe e do resultado acumulado ao longo desses anos. Inicialmente trabalham com a possibilidade de U$ 20 milhões de dólares por parte do FIDA e U$ 20 milhões de contrapartida do estado, o que representa aproximadamente R$ 120 milhões que serão investidos nas comunidades do Piauí”, destacou o deputado Francisco Limma.
Maria Casé, coordenadora do Movimento de Pequenos Agricultores, avalia que esta é uma estratégia muito impórtante porque coloca o Piaui num patamar horizontal feito a partir das mãos das associações, dos próprios agricultores, agricultoras e juventude rural e também porque movimenta as associações que, segundo a coordenadora do MAPA, muitas vezes estão fora da estratégia do desenvolvimento. “A criação deste movimento organiza, desenvolve e ajuda as entidades a aprimorarem instrumentos, sejam pedagógicos, legais ou de coletividade.Tudo isso é importantíssimo para o desenvolvimento do nosso estado”, afirma Casé.
O diretor Francisco das Chagas ( Chicão) informou que a primeira etapa do projeto será finalizada em julho de 2020. “Com esta rodada completamos 206 projetos, beneficiando aproximadamente 9 mil famílias e vamos aplicar aproximadamente R$ 42 milhões, para dar continuidade ao trabalho desenvolvido na educação contextualizada em 120 escolas de 89 municípios, que estão nos 5 territórios na área de atuação do Viva o Semiárido, concluindo capacitação de professores e iniciando a implantação de sistemas de agroflorestas, que vão funcionar como salas de aulas nos quintais das escolas selecionadas”, pontuou.
O diretor acrescentou ainda que haverá seleção de alunos e professores que receberão bolsas de iniciação científica para acompanhar estes sistemas, gerar pequenas pesquisas, reunir dados, publicar e dar visibilidade às informações que serão geradas nestas escolas.
Segundo a última avaliação do DIP, a ovinocaprinocultura foi a cadeia produtiva mais apoiada pelo PVSA ( Projeto Viva o Semiárido), com mais de 50% do projeto desenvolvido com cabras e ovelhas ou associadas com criação de galinhas, fruticultura ou apicultura. “A apicultura foi consolidada porque haviam projetos estratégicos e praticamente todos produzem mel orgânico, com certificação e a comercialização para o mercado externo, com selos do IBD e outros, principalmente via duas entidades âncoras, a Casa APIS de Picos e a COMAPI (Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários do Piauí), de Simplício Mendes. Atualmente, o mel disputa com a soja o segundo lugar nos primeiros meses do ano como produto de exportação, e no final do ano quando inicia a exportação da cera de carnaúba e perde espaço, consegue manter o terceiro lugar, mesmo no período seco”, destaca Chicão.
Os Projetos de Investimentos Produtivos têm como objetivo estimular a produção e geração de emprego e renda nas áreas da apicultura, ovinocaprinocultura, avicultura, mandiocultura, fruticultura, quintais produtivos e artesanato. Os municipios que tiveram assinados Planos de Investimento Produtivo, e que serão executados pelo Governo do Estado por meio da SDR e do Programa Viva o Semiárido , através da parceria com o Fida (Fundo Interamericano de Desenvolvimento Agrícola) e o IICA (Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura) foram Betânia, Caldeirão Grande do Piauí, Jacobina, Jaicós,Marcolândia, Paulistana, Campo Grande, Geminiano, Picos, Pio IX, São João do Canabrava, São Julião, São Luis do Piauí, São José do Piauí e Vila Nova do Piauí.
Fonte: Meio Norte