O Flamengo do Piauí foi destaque no Programa da Globo (Globo Esporte), por sua semelhança com seu xará famoso do Rio de Janeiro.
Dos Hinos aos uniformes, qualquer semelhança não é mera coincidência. Teve início hoje, quinta-feira, a série de reportagens do Globo Esporte, intitulada de “Meu Xará”, que vai contar como os 4(quatro) grandes do Rio de Janeiro inspiraram o surgimento de clubes homônimos nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, casos específicos de Botafogo-PB, Flamengo-PI, Fluminense de Feira de Santana e Vasco-AC. E como esses clubes se orgulham dos laços históricos com seus “irmãos cariocas”.
– Havia outros xarás espalhados pelo Brasil. Mas a identidade visual foi fator decisivo na hora de selecionar quais histórias contaríamos. Todos os quatro homônimos dos grandes do Rio têm uniforme e distintivos muito semelhantes, quando não idênticos, aos dos homenageados. Também pesquisamos algum momento histórico de proximidade, algum traço íntimo. Seja porque os fundadores torciam para o clube carioca ou porque os dois lá atrás se enfrentaram em alguma partida importante – destaca o repórter Carlos Gil, idealizador da série.
OS CLUBES
Em João Pessoa, a equipe do Globo Esporte (o repórter Carlos Gil, o produtor Igor Castello Branco e os repórteres cinematográficos Cleber Schettini, Felipe Sayão e Beto Kaulino) visitou o Botafogo Futebol Clube, que até meados da década de 70 usava um escudo igual ao do Botafogo do Rio de Janeiro. Mas por causa de um jornalista local passou a usar o vermelho na sua estrela solitária. Atualmente, a identidade do clube está no centro de uma polêmica, reforçada principalmente pelos torcedores mais jovens que querem que o clube mude o escudo.
– A geração mais nova é que se preocupa mais com essa questão da identidade. Mas, no meu caso mesmo, eu acho meu escudo lindo, não vejo pra que mudar – diz o publicitário Alexandre Thomaz, filho do radialista Ivan Thomaz (idealizador do escudo atual do clube).
Em Teresina, o GE conheceu a dura realidade do Mais Querido do Piauí: o Esporte Clube Flamengo, um clube mergulhado numa grande crise e que sobrevive sob o olhar de resistentes testemunhas, como Valdecy Xisto – torcedor que prova que quem vê casa também vê coração.
– É uma coisa diferente ser Flamengo, eu acho. É uma paixão que tomou conta de mim. Aprendi a gostar, a amar mesmo. E sofrer também, né. São 17 títulos piauienses, grande torcida. Antes a gente botava 30 mil, 25 mil pessoas no estádio. Hoje não aparece quase ninguém – conta Xisto.
Fanatismo ou paixão? Na Bahia, o Joia da Princesa, estádio do Fluminense de Feira de Santana, é o principal cenário para uma brincadeira que virou coisa séria. Foi produzindo vídeos com a torcida do Flu de Feira que o torcedor Rafael popularizou seu canal nas redes sociais para conectar a história de um clube que sonha alto a um mundo infinito de possibilidades na era digital.
– A gente sempre chega no estádio pouco antes dos jogos para fazer aquela brincadeira, aquela resenha. E aí surgiu a ideia de pegar uma câmera e registrar toda festa que a gente faz e aí postar nas redes sociais. É uma forma de manter nossos torcedores conectados e, quem sabe, fazer com que a criançada vire Fluminense de Feira de Santana no futuro – disse Rafael Kbça, como é conhecido entre os torcedores do Flu de Feira.
Em Rio Branco, no Acre, o Globo Esporte conheceu a luta diária de Renato Machado, o Lobinho, presidente do Vasco-AC, para não deixar o clube “morrer”. Há 23 anos na agremiação, Lobinho se divide atualmente nas funções de roupeiro, massagista, cortador de grama do CT e dirigente da agremiação para que torcedores ainda cantem com o coração e não duvidem de que há um futuro para o Bacalhau da Água Doce, apelido do Vasco acreano.