A Assembleia Legislativa do Piauí realizou uma audiência pública para discutir o fechamento da fábrica de cimento Itapissuma, no município de Fronteiras, a 406 Km de Teresina.
De acordo com o deputado Warton Lacerda, o fechamento da fábrica representa um grande prejuízo para o Piauí. Ele afirma que a fábrica chegou a gerar mais de mil empregos diretos e indiretos na região e a produzir mais de 60 mil sacos de cimento por dia. “Estamos falando de mais de mil famílias totalmente prejudicadas com o fechamento dessa fábrica. Precisamos entender as causas desse triste acontecimento, pois nosso Estado necessita bastante de empregos e da presença de investimentos da iniciativa privada. As respostas são vagas. Primeiro falaram que era uma questão de família, depois que era energia. Queremos uma resposta sobre o que aconteceu”, lamentou.
O deputado Georgiano Neto afirma que é preciso uma resposta para a sociedade e para os funcionários. “Temática importante para região de Picos. Não só para Fronteiras, mas por toda a região chegando até os vizinhos como Picos. Desde 2016 as atividades forma encerradas e nunca cumpriram os prazos de retorno. Os funcionários nunca receberam as indenizações”, destacou.
A assessora estratégica para Atração de Investimentos do Governo do Estado, Lucile Moura, afirma que o governo tem tomado todas as medidas legais para ajudar a empresa. “Na época foi feita uma revisão do incentivo fiscal em que o conselho de Incentivo à Indústria chegou a reduzir a quantidade de empregados, inclusive considerar estagiários na conta, para manter o incentivo que foi dado. Também pedimos uma reforma na estrada de acesso e a obra foi feita. Tudo foi feito como pediram. Nos colocaram que eram questões interna, de sucessão e pediram o prazo de 180 dias. Tentamos o contato para saber o que o estado poderia fazer. Aquilo que for possível, dentro dos limites legais, o estado vai fazer”, afirmou.
A prefeita de Fronteiras, Maria José Sousa, afirmou que chegou a 1.500 o número de empregos diretos e indiretos proporcionados pela indústria e que, devido ao seu fechamento, a cidade de Fronteiras perdeu um grande volume de recursos provenientes do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, Transporte e Comunicação).
O ex-prefeito de Fronteiras, Eudes Ribeiro, sugeriu que o Governo do Estado dialogue com representantes do Grupo João Santos para decidir se pretende ou não reabrir a fábrica. Falando em nome dos funcionários, Paulo Pinheiro disse que Fronteiras tem todas as condições para que a fábrica volte a funcionar, incluindo matéria-prima e mão-de-obra capacitada.
Em seguida, o procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT), Ednaldo Brito, disse que a empresa ofereceu imóveis para venda visando arrecadação de recursos para pagamento dos direitos trabalhistas dos funcionários. Ele assinalou que já foram obtidos R$ 6,9 milhões com a venda dos imóveis e que um terreno deverá ser comercializado ainda este ano por mais de R$ 7 milhões. O representante do Grupo João Santos, Humberto Araújo, garantiu que a empresa pagará todos os direitos trabalhistas e que tem pretensão de reabrir a fábrica de cimento de Fronteiras.
A audiência contou ainda com a presença dos deputados Franzé Silva (PT), Cícero Magalhães (PT) e Firmino Paulo (Progressistas). Do juiz do Trabalho de Picos, Fernando Gomes, e o representante do Grupo João Santos, Humberto Araújo, participaram da reunião, juntamente com ex-funcionários da fábrica que lotaram o plenarinho da Alepi.
Com informações, O Dia / Cidade Verde