As empresas que administram judicialmente o Grupo Itapemirim em seu processo de recuperação judicial pediram a falência da empresa de transportes. A EXM Partners e o escritório Mandel Advocacia protocolaram o pedido no Tribunal de Justiça de São Paulo na última sexta-feira (15).
A administradora descreve o processo de recuperação da empresa como “conturbado desde seu nascedouro” e um “completo caos” e cita que as trocas de controle acionário entre Sidnei Piva, afastado em fevereiro desde ano, e Camila de Souza Valdívia invalidaram as tentativas de se fazer uma gestão profissional da empresa. Além disso, os dois receberam milhões da empresa por negociações societárias e contratos duvidosos. Ela também cita “um altíssimo número de incidentes”, como a contestação de pagamentos que já haviam sido determinados pela justiça e o atraso de outros pagamentos, o que aumentou a dívida do grupo.
Além de acusar a família Cola, antiga controladora do grupo, e o ex-gestor Sidnei Piva de utilizarem recursos da empresa para benefício próprio.
“As Recuperandas se consideraram ‘autorizadas’ a investir em uma companhia aérea, nascendo de tal iniciativa a trágica história da ITA Linhas Aéreas, cuja operação perdurou pouco mais de 6 meses, consumiu R$ 42 milhões de recursos do Grupo Itapemirim (dinheiro que pertencia, inicialmente, aos credores), lesionou milhares de consumidores e trabalhadores, o que gera, até hoje, um passivo judicial inestimável”, diz o documento.
Outro ponto levantado é a bagunça deixada por “investimentos duvidosos”. O documento um pagamento de R$ 1,5 milhão para uma empresa também em recuperação judicial por uma compra que nunca ocorreu.
A administradora também acusa a empresa de não prestar contas de seu fluxo financeiro, demissão de mais de 90% dos funcionários (passou de 3.776 em 2017 para 197 em 2022) e falta de pagamento dos trabalhadores que ainda estão na empresa. A situação levou a greve de funcionários e depredação de ônibus.
Além disso, diz que as saídas do caixa são muito maiores que a entrada, de modo que é insustentável manter o funcionamento da empresa.
O g1 procurou o Grupo Itapemirim, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.