A RedeTV! promoveu na noite desta sexta-feira, 17, o segundo debate entre os candidatos a Presidência da República nas eleições 2018. Assim como no último encontro, realizado pela Band, oito presidenciáveis estiverem presentes: Alvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Ciro Gomes (PDT), Henrique Meirelles (MDB), Jair Bolsonaro (PSL), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL) e Marina Silva (Rede).
Jair Bolsonaro e Marina Silva protagonizaram o principal confronto direto. A representante da Rede atacou a postura do rival em razão de seu posicionamento sobre o salário para mulheres, que rebateu associando a religião da candidata às suas propostas de promover plebiscitos para discutir temas como aborto e descriminalização das drogas.
Veja abaixo os principais destaques e personagens no segundo debate presidencial de 2018, na RedeTV:
Lula e PT atacados
Novamente de fora do debate presidencial, o ex-presidente Lula e seu partido foram alvo de críticas por parte dos adversários.
Enquanto Geraldo Alckmin creditou às gestões petistas – em diferentes oportunidades – a crise atravessada pelo País, Jair Bolsonaro e Alvaro Dias dispararam diretamente contra Lula. Enquanto o candidato do PSL chamou o ex-presidente de bandido, o representante do Podemos disse que a insistência em sua candidatura representa um risco para a democracia.
“Não há como admitir essa vergonha nacional, de uma candidatura que não pode existir”, disse Dias. “Essa candidatura não existe”.
Registrado como candidato nas eleições 2018 pelo PT, Luiz Inácio da Silva não esteve no debate. Preso em Curitiba, o ex-presidente teve negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um pedido para participar do debate. O petista seria representado por um lugar vazio, mas o nono púlpito foi retirado por decisão da maioria dos candidatos.
Temer ignorado por emedebistas
O atual presidente da República, Michel Temer, também foi atacado por parte dos presidenciáveis no debate. Entre as críticas, Ciro Gomes criticou o teto de gastos aprovado na gestão do emedebista, Boulos afirmou que pretende revogar medidas do governo e Marina questinou a maneira como o Planalto conduziu a greve dos caminhoneiros.
Henrique Meirelles, candidato do MDB e ex-ministro da Fazenda, não demonstrou disposição para defender o presidente. Em diversas ocasiões, o emedebista recorreu à figura de Lula e ao período em que foi presidente do Banco Central durante o governo petista para demonstrar sua competência.
“(No governo Lula) criamos mais de dez milhões de empregos em oito anos. Isso não é falatório, é um fato”, disse Meirelles após pergunta de Bolsonaro.
Em nenhum momento o ex-ministro da Fazenda proferiu o nome de Temer. A mesma tática foi usada por Paulo Skaf, candidato a governador de São Paulo pelo MDB, durante debate na Band.
Invasor” x “Banqueiro”
Em uma das ocasiões em que tentava se esquivar da associação a Temer, ao responder uma provocação de Guilherme Boulos sobre o “toma-lá-dá-cá” do MDB, Henrique Meirelles disse que a imprensa classificou como “time dos sonhos” a equipe de técnicos escolhida por ele durante sua gestão no Ministério da Fazenda.
Na réplica, o presidenciável do PSOL afirmou que para os milhões de brasileiros desempregados, aquele era o “time dos pesadelos”.
Na tréplica, Meirelles voltou a lembrar do período em que foi presidente do Banco Central no governo Lula e disse que, na época, criou emprego para quem queria trabalhar e não para quem queria invadir propriedades alheias.
Boulos, que é líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), rebateu indiretamente em um diálogo com Cabo Daciolo.
“Quero responder uma insinuação do Henrique Meirelles, ele fez uma menção sobre trabalho. Quero dizer que não sou banqueiro. Eu sou professor, escrevo e ganho minha vida honestamente. Luto ao lado dos sem-teto com muito orgulho. Estou junto com sem-teto, com sem-terra. Só não estou junto com sem-vergonha.”
Mais tarde, em outro momento e também de forma indireta, Meirelles tentou responder. “Banqueiro é quem é dono de banco. Eu trabalhei em banco a vida inteira”, disse o ex-ministro da Fazenda.
Marina X Bolsonaro
No terceiro bloco do debate da RedeTV!, Jair Bolsonaro usou uma cola em sua mão para questionar Marina Silva sobre seu posicionamento acerca da liberação do porte de arma. A presidenciável da Rede prontamente respondeu ser contra e aproveitou o tempo de um minuto de resposta para atacar o candidato do PSL sobre seu posicionamento sobre o salário das mulheres. Durante o debate, ele declarou ser contra a intervenção do governo do assunto.
“Só uma pessoa que não sabe o que significa uma mulher ganhar um salário menor do que o homem e ter as mesmas capacidades, a mesma competência e ser a primeira a ser demitida, ser a última a ser promovida e quando vai à uma fila de emprego, pelo simples fato de ser mulher, não é aceita”, disse Marina. “Não é uma questão que não precisa se preocupar, precisa se preocupar sim. Não fazer vista grossa, dizendo que não precisa se preocupar”, completou.
Na réplica, Bolsonaro usou a religião de Marina para contra-atacar. “Temos aqui uma evangélica que quer fazer um plebiscito para o aborto e para a maconha. Você não sabe o que é uma mulher, Marina, com um filho jogado no mundo das drogas”, afirmou.
Na tréplica, a candidata partiu para o ataque novamente e lembrou que Bolsonaro posou para fotos com crianças fazendo o sinal de uma arma. “Você sabe o que a bíblia diz sobre ensinar uma criança? Ensina a criança no caminho que deve andar e, até quando for grande, não se desviará do caminho”, disse Marina.
Daciolo “ama”, mas dispara contra rivais
Cabo Daciolo não citou a Ursal, mas voltou a chamar atenção pelas denúncias durante o debate na RedeTV!. Desta vez, o alvo foi um suposto esquema para fraudar as urnas eletrônicas. “Vamos votar em cédulas, para honra e glória do senhor Jesus”, disse o candidato.
Apesar de afirmar “amá-los”, o deputado também disparou contra os demais candidatos no debate eleitoral.
“Nação brasileira: maldito é o homem que acredita nos homens, mas bendito é o homem que acredita em Deus. Parem de acreditar em partidos políticos. Eles são todos amiguinhos. Se eu olhar na minha frente tenho aqui Alvaro Dias, Henrique Meirelles, Geraldo Alckmin e Marina. Tudo aqui é praticamente PSDB, são amigos”, disse o presidenciável do Patriota.
Fonte: Terra