“A vacina tem protegido contra a morte 100% das pessoas vacinadas”. A avaliação é do médico infectologista Carlos Henrique Nery Costa que repercutiu o estudo que comprovou uma eficácia maior da Coronavac que saiu de 50,38% para 50,7%, chegando a 62,3% com intervalos maiores entre as doses. Contra casos moderados, o imunizante tem eficácia de 83,7%, quando o dado anterior apontava 78%. O artigo foi elaborado por profissionais que conduziram os testes da Coronavac no Brasil, liderados pelo Instituto Butantan. O documento foi submetido para análise da revista científica The Lancet.
“A gente já esperava que tivesse uma eficácia maior porque os dados da Turquia com a Coronavac foram mais positivos que os dados do Brasil. É importante ter em conta que a eficácia se refere a diversos níveis da doença. Essa eficácia pode ter algum sintoma da doença. Agora, a eficácia para a doença grave ou fatal é 100%. Nos grupos estudados das pessoas vacinadas, ninguém morreu. Se pode dizer que a vacina tem protegido contra a morte 100% das pessoas vacinadas, disse o infectologista Carlos Henrique Nery Costa.
O médico alerta que, de acordo com o estudos, a fase de proteção da vacina só está completa duas semanas após a segunda dose. O especialista reforça o apelo para que as pessoas não deixem de se vacinar.
“As pessoas têm que tomar a vacina, não há o que se discutir, não há o que pensar duas vezes, não há fantasma nessa história, não tem monstrinhos escondidos dentro da vacina. A vacina é vida como sempre foi, é extremamente protetora e fundamental para o controle da pandemia”, destaca Carlos Henrique Nery Costa acrescentando que, mesmo quem foi vacinado, ainda pode ser infectado.
“Embora não adquiram uma doença mais grave, uma vez adquirida a infecção, as pessoas podem transmitir para outras pessoas. Isso faz com que todos tenhamos de manter as medidas de proteção individual: o uso de máscara, lavar as mãos, uso de álcool em gel, fazer o distanciamento e ficar em casa quando puder e ter as medidas sociais mais amplas, particulamente agora que a transmissão está intensa no Brasil com a variante P1. É um jogo de todo mundo. A vacina, por hora, não resolve. Estamos com 11% de vacinados. Vamos ter que chegar a faixa de 70 a 80% para ter imunidade de grupo e o vírus seja vencido”, destaca o infectologista.
“Por hora , ele (vírus) está aí, é um inimigo comum! estamos em uma guerra, temos que agir simultaneamente. A participação de todos é essencial, ninguém está isolado neste jogo. Não adianta ninguém querer se esconder, tirar a máscara, fazer negligência porque estará colocando os outros em risco. À medida que você relaxa os cuidados, está colocando os outros em risco. É preciso que haja medidas mais duras em relação a pessoas que resistem às medidas de proteção recomendadas pelas autoridades em saúde pública”, completa Carlos Henrique Nery Costa.
Graciane Sousa
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