
O Instituto Trata Brasil divulgou nesta quinta-feira (31) o Ranking do Saneamento 2025, reunindo as principais estatísticas sobre os serviços de abastecimento de água e tratamento de esgoto nas principais cidades brasileiras. O levantamento é publicado desde 2009 e a edição deste ano tem como referências dados de 2023. Os números revelam que Teresina subiu quatro posições no ranking nacional do saneamento, saindo do 80º lugar para o 76º.
Os dados que embasam o estudo do Trata Brasil são retirados do Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básica (SINISA). Os números mostram que Teresina evoluiu nos últimos anos nos quesitos “atendimento total de água”, “atendimento total de esgoto”, “tratamento de água”, “tratamento de esgoto” e “indicador de perdas na distribuição”.
O indicador total de atendimento de água em Teresina ficou em 95,49% em 2023 e o indicador de atendimento de esgoto ficou em 47,78%. Já o investimento total no setor do saneamento (distribuição de água e tratamento de esgoto) na capital piauiense entre os anos 2019 e 2023 foi de R$ 674,64 milhões. À época, Teresina tinha, segundo o IBGE, pouco mais de 866 mil habitantes, o que resultou em um investimento de R$ 155,75 por cada habitante (investimento per capita).
Outro quesito que o Instituto Trata Brasil analisou diz respeito às perdas na produção. Perda é toda a água que não chega aos consumidores seja por vazamentos, fraudes, erros de medição ou outros motivos. A eficiência dos sistemas é medida pelas perdas: quanto menor elas forem, mais eficiente a operação é. O indicador de perdas na distribuição em Teresina, de acordo com o estudo, ficou em 24,20% em 2023. Em termos volumétricos, isso somou 210,2 litros por dia.

Teresina sobe quatro posições no ranking do saneamento básico
Teresina teve uma evolução positiva quando se observa a diminuição das perdas no sistema de saneamento ao longo dos últimos anos. O Instituto Trata Brasil revelou que, em 2019, essas perdas chegavam a 440,64 litros por dia. Número esse que caiu para 314,9 L/dia em 2020; para 277,94 L/dia em 2021; para 310,94 L/dia em 2022 até chegar ao patamar de 210,02 L/dia em 2023. A evolução foi positiva, com a capital piauiense tendo reduzido em 20,05 pontos percentuais as perdas em seu sistema de abastecimento de água.
Teresina faz parte do grupo das 15 capitais brasileiras que conseguiram reduzir suas perdas no sistema de saneamento. Muito embora na maioria das cidades este indicador esteja elevado, somente na capital piauiense e em Goiânia-GO, os índices de perdas são menores que 25%.
Quanto ao indicador das perdas por dia, em 15 cidades houve diminuição, mas somente Teresina e, de novo, Goiânia tinham médias inferiores a 210 L/dia, que é a meta estabelecida pela Portaria 490/2021 do Ministério do Desenvolvimento Regional.
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Em sua edição de 2025 do Ranking do Saneamento, o Instituto Trata Brasil reforçou a quase universalização do abastecimento de água nos municípios brasileiros, mas disse que se mantêm os desafios nos indicadores do esgotamento sanitário.
Já na dimensão dos investimentos, os dados apontaram, segundo o Instituto, que ainda há uma insuficiência generalizada frente às metas de universalização previstas para 2033. O valor anual necessário por habitante para se atingir as metas é de R$ 223,92, quase R$ 100 a mais do que se investe por habitante em Teresina no momento. Apesar disso, o sistema de abastecimento da capital foi considerado eficiente por conta do baixo nível de perdas, o que reduz déficits no acesso e demonstra mais capacidade de investimentos futuros.