
Um levantamento feito pelo g1 junto ao site da transparência do Ministério Público do Piauí contabilizou que em todo o ano de 2021, até agora, apenas 29 assassinatos registrados em Parnaíba, no Litoral do estado, tiveram os inquéritos em andamento nas promotorias criminais da comarca local. Até semana passada, a principal cidade já havia registrado mais de 80 homicídios.
As consultas, que estão disponibilizadas para o público (confira aqui), aparecem com um número de processo, o assunto da área criminal, as datas de instauração do inquérito e o do registro no MP, além de quem fez este registro, o indiciado e para qual promotoria está designada para denunciar.
A pesquisa, realizada pelo g1, leva em conta apenas homicídios, latrocínios e lesões seguidas de morte. Dos 29 inquéritos que estão disponíveis para consulta, 13 estão com a aba indiciado com o nome “desconhecido”.
Outro dado que chama atenção é que em alguns, a instauração aconteceu em um dia e no outro foi registrado pelo Ministério Público. O g1 tentou contato com o Ministério Público, mas não obteve resposta aos questionamentos de como funciona o andamento dos processos e por quê a quantidade é bem menor do que os registros de assassinatos no município.
Em entrevista à TV Clube, o delegado regional de Parnaíba Eduardo Ferreira, pediu à população paciência para as investigações.
“Nós estamos trabalhando diuturnamente. O trabalho de investigação demora um pouco, mas ninguém precisa ficar apreensivo. Nós vamos dar uma resposta imediata a essa situação que tem em Parnaíba e ter, com toda certeza, o controle da criminalidade e vamos baixar esses índices”, destacou o delegado.
O especialista ouvido pelo g1 destacou que antes de encaminhar para os promotores, a polícia judiciária deve exaurir toda a investigação para chegar a autoria do crime e, depois de todos os esforços investigatórios não sendo possível atribuir com certeza a autoria, o Ministério Público se manifesta pelo arquivamento e o juiz analisa se acata ou não.
No entanto, de acordo com inquéritos do site do MP, há crimes que ocorreram em julho e que até o mês de dezembro não há autoria conhecida.
“Mas, o delegado envia requisitando dilação de prazo para conclusão do inquérito policial, pois o Código de Processo Penal, determina a conclusão em 30 dias, podendo a autoridade policial solicitar dilação de prazo, haja vista à complexidade do crime. O crime de homicídio é o mais grave de todos, se testemunhas não quererem falar, existem técnicas para solucionar isso”, destacou o especialista, que preferiu não ter a identidade revelada.
Fonte: G1 Piauí