Depois de anos de espera, o Piauí deu um passo histórico na política de recursos hídricos com a posse das novas diretorias dos Comitês das Bacias Hidrográficas dos rios Piauí e Canindé, em Picos, e do rio Gurguéia, em Bom Jesus. As cerimônias ocorreram nos dias 18 e 19 de julho e marcam a consolidação de um processo iniciado em 2022, com a participação de representantes da sociedade civil, do poder público e dos usuários de água.
A efetivação das diretorias eleitas fortalece a governança ambiental e a gestão compartilhada da água no estado. Segundo o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí, Feliphe Araújo, esse momento representa um divisor de águas. “Estamos fortalecendo a política de recursos hídricos com diálogo, participação e compromisso com o uso sustentável da água. Criamos uma coordenação especial na Semarh para apoiar diretamente os comitês e ampliar sua capacidade de ação”, afirmou.
Em Bom Jesus, Aurino Gonçalves assumiu a presidência do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Gurguéia. Com forte atuação nos biomas Cerrado e Semiárido, ele reforçou a importância do trabalho coletivo. “Vamos dialogar com os territórios, com os municípios e com os usuários da água, promovendo ações que equilibrem conservação e produção. O Gurguéia precisa ser cuidado como fonte de vida e desenvolvimento”, pontuou.
Em Picos, Verônica Silva foi empossada como presidente do Comitê das Bacias Hidrográficas dos rios Piauí e Canindé. Com trajetória ligada a projetos de recuperação ambiental, ela destacou a urgência de ações efetivas. “Queremos devolver vida aos rios com projetos de reflorestamento e revitalização das margens. Precisamos barrar o avanço da degradação e garantir água para o futuro”, declarou.
Os comitês de bacia são órgãos colegiados instituídos pela Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei nº 9.433/1997) e têm como missão promover o uso racional e sustentável da água por meio do planejamento, deliberação e acompanhamento de ações voltadas à gestão dos recursos hídricos.
Com as novas diretorias empossadas, o Piauí avança na consolidação de uma gestão descentralizada e participativa da água, em um cenário cada vez mais desafiador diante das mudanças climáticas e da crescente pressão sobre os recursos naturais.