Após tentarem um acordo no Procon, clientes da construtora Vivace formalizaram novas denúncias no 12° Distrito Policial de Teresina nesta quarta-feira (28). O DP já encaminhou quatro inquéritos ao Ministério Público nos quais pede a prisão preventiva do contratante por crimes de estelionato. Até agora, o prejuízo estimado é de R$ 2 milhões.
Em outubro do ano passado, a servidora pública Joara Coelho pagou a primeira parcela no valor de aproximadamente R$ 120 mil para a construção de sua residência. Ela reclama que mesmo com a alta quantia paga, ainda tem outros custos por conta da não conclusão das obras.
“Estou pagando aluguel, estou pagando multa da Caixa Econômica, mais de R$ 1 mil todo mês e pagando condomínio, sem ainda morar. Sem falar que ele lesou nosso sonho. É o sonho que a gente tem. Era pra eu estar mudando lá para o Terras (condomínio) agora este mês, foi o prazo que ele deu. Ele recebeu o dinheiro e desapareceu”, acusa Joara.
Segundo clientes, quatro audiências já foram realizadas no Procon de Teresina nas quais não houve comparecimento do proprietário nem de advogados da construtora.
Para Ademar Canabrava, delegado do 12° DP, os clientes lesionados buscam a polícia para pressionar a construtora. “A vítima tem interesse de ser ressarcida dos seus valores. Acredito que se houver a necessidade o MP vai pedir a prisão preventiva dele”, avalia.
O empresário Nelson Ayres Neto, denuncia que teve as obras de sua casa paradas antes mesmo de chegarem a 50% de execução. Ele deu um apartamento como entrada. “É um sonho não só para mim e sim para a minha família. Construir uma casa em um condomínio fechado que é seguro e hoje com a violência que está muito grande é um sonho, um sonho que por enquanto está interrompido”, lamenta.
O que diz a construtora
Por meio da assessoria jurídica a construtora esclarece que atua no ramo da construção civil há mais de cinco anos. Durante este período entregou em perfeito estado dezenas de residências cumprindo de forma diligente os contratos celebrados.
A assessoria jurídica da Vivace alegou crise no mercado imobiliário causando “crise na saúde financeira da empresa”, que garante estar negociando os contratos um por um. A Vivace também aponta que o problema trata-se de “natureza cível”, atraso de prestação contratual e que “jamais pode ser confundido com a prática de um crime”.
Com informações de Gorete Santos