Sargento da PM é preso suspeito de passar informações para facção e fazer segurança de líder

Um dos presos na operação realizada no último sábado (6) em Pedro II está um sargento policial militar suspeito de repassar informações para membros de uma facção criminosa na cidade e de fazer a segurança do líder da organização. A informação foi revelada nesta quarta-feira (10) pelo delegado Charles Pessoa, coordenador do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco).

A operação ocorrida no dia 6 de abril prendeu sete pessoas envolvidas com uma organização criminosa, entre os presos estava o líder de uma célula da facção que tinha uma residência de luxo, com piscina e banheira de hidromassagem. Durante a ação, foi encontrada com esse suspeito apontado como líder, a arma de policial militar do Piauí que tinha sido furtada.

Agora foi revelado que entre os presos estava um PM. Segundo o delegado Charles Pessoa, ocorreu uma integração com o setor de inteligência da Polícia Militar para que a prisão fosse realizada.

“Nós conseguimos, no decorrer dessa investigação, identificar um vínculo desse servidor público com esse grupo criminoso. Em razão disso, foi representado a princípio um mandado de busca e apreensão. No cumprimento, nós identificamos que ele estava de posse de um veículo e uma motocicleta com sinais de adulteração. Foi conduzido até a delegacia, foi autuado em flagrante de delito pelo crime de adulteração. Esse flagrante foi homologado pelo Poder Judiciário e foi convertido em prisão preventiva. Ele está preso, preventivamente por essa situação, mas também é investigado no inquérito principal por esse vínculo com essa organização criminosa”, informou o delegado.

Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com

Ele é suspeito de repassar informações privilegiadas para os membros de uma facção. Segundo Charles Pessoa, em algumas ocasiões o sargento fazia a segurança do líder.

“Ele utilizava, do fato dele ser policial militar, que tinha informações da Segurança Pública, e ele alimentava esse grupo criminoso com essas informações, além de dar também um suporte ali, fazendo às vezes a segurança do principal líder da organização criminosa. Então, isso realmente demonstra, um vínculo muito grande desse servidor público com esse grupo criminoso e eu tenho certeza que ele será responsabilizado por esses crimes”, informou.

Charles Pessoa destacou que esse foi um caso atípico, e que não representa os policiais militares.

“Volto a ressaltar, esse servidor não representa a instituição da Polícia Militar do Estado Piauí e essa operação só aconteceu em razão dessa integração. O próprio comandante-geral tinha conhecimento e determinou que a gente tomasse as medidas. A ação integrada com a instituição Polícia Militar e a inteligência da PM foi primordial. Inclusive, tanto alimentando o Draco com as informações, como participando diretamente da operação”, destacou.

Ao ser questionado sobre o envolvimento do sargento em outros crimes, como homicídios, o delegado disse que a investigação continua. “É um pouco prematuro a gente trazer o envolvimento dele com homicídios, mas a gente vai com certeza aprofundar muito as investigações e se a gente identificar, ele com certeza ele será indiciado e denunciado”, finalizou.

Fonte: Cidade Verde (por Bárbara Rodrigues e Tiago Melo)