Em entrevista, o porta-voz da Polícia Rodoviária Federal (PRF), inspetor Amilton, explicou os principais objetivos da Operação Duas Rodas, iniciada na última terça-feira (25) em Araripina–PE, e que se estende para outras cidades da região do Sertão de Pernambuco — Ouricuri e Trindade.
A operação tem como foco reduzir o número de acidentes envolvendo motocicletas, que têm sido responsáveis por uma parte significativa dos sinistros e vítimas fatais na região. Conforme o inspetor da PRF, Amilton, a operação está sendo realizada na região de Araripina, como parte de uma ação nacional que ocorre em diversos estados, com datas e planejamentos específicos de acordo com a PRF.
“A PRF está realizando na região de Araripina a operação Duas Rodas, que é uma operação nacional que acontece em diversos estados, cada uma com a sua data, a depender do planejamento da PRF. Nesse momento, ela está acontecendo aqui na região do Araripe e do Cariri Paraibano, nas cidades de Monteiro e Sumé”, explicou.
O inspetor, comentou sobre o objetivo da operação, que é reduzir o número de acidentes e óbitos envolvendo motocicletas, que estão entre os maiores índices no estado de Pernambuco.
“O objetivo da PRF em trazer essa operação é para buscar reduzir a quantidade de acidentes e óbitos com motocicletas, que estão entre os maiores índices no estado de Pernambuco. Nós temos essa estatística e trabalhamos em cima disso, e o objetivo é justamente esse: reduzir a partir de fiscalizações, ações de educação para o trânsito e combate ao crime, esses números aqui em Araripina.”, destacou Amilton.
Conforme dados da PRF, no ano de 2024, em Araripina, foram registrados 31 sinistros, com 32 feridos e 12 mortes. Em 2023, foram atendidos 29 sinistros, com 30 feridos e oito mortes. Um aumento de 50% no número de mortes nesse período.
As colisões envolvendo motocicletas também aumentaram. Em 2024, foram registrados 16 sinistros, com 13 feridos e oito mortes. Em 2023, foram atendidos 14 sinistros, com 11 feridos e cinco mortes. Um aumento de 60% na quantidade de mortes.
Ainda no primeiro dia de operação em Araripina, no fim da tarde, um incidente gerou maior notoriedade à ação, repercutindo nacionalmente. Um caminhão-guincho, contratado pela PRF para transportar motocicletas apreendidas, foi completamente destruído por um incêndio criminoso em frente à Delegacia de Polícia Civil da cidade.
Dois homens — pai e filho — foram presos em flagrante após atearem fogo no veículo, que havia sido recolhido devido ao licenciamento atrasado e estava sobre o guincho. Além da motocicleta deles, as demais motos que estavam sendo recolhidas e o próprio caminhão-guincho foram totalmente destruídos.
“Na última terça-feira, no primeiro dia da operação, ocorreu uma situação em frente à Delegacia de Polícia Civil, como já é de conhecimento da população. Veículos que haviam sido recolhidos por meio de medida administrativa e que seriam encaminhados ao pátio pelo guincho contratado pela PRF estavam ali. Um cidadão, que teve sua moto recolhida por motivo de licenciamento atrasado, resolveu atear fogo na própria motocicleta. Antes que a equipe conseguisse conter o fogo, já que os veículos são compostos por muitos materiais inflamáveis, o incêndio se alastrou para os outros veículos. Foi essa a situação que ocorreu.”, comentou o porta-voz sobre o caso.
A nossa redação apurou que, na manhã desta última quinta-feira (27), a Justiça concedeu liberdade provisória a pai e filho, após a audiência de custódia realizada pela 17ª Vara da Justiça Federal, em Petrolina. A decisão foi acompanhada pela aplicação de medidas cautelares, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica.
Para esclarecer o contexto sobre os procedimentos adotados pela PRF durante a operação, o inspetor destacou os critérios que determinam quando um veículo é recolhido pela fiscalização.
“É importante deixar claro que o motivo para um veículo ser recolhido pela PRF, hoje em dia, basicamente é por meio de licenciamento, porque outra situação, a exemplo de uma lâmpada queimada, retrovisor quebrado, pneu careca, nós vamos dar o prazo de regularização, com a atuação e prazo de 5 dias para o condutor ou proprietário poder apresentar o veículo nas perfeitas condições e seguir circulando com o veículo. Mas, se o veículo não tiver condições mínimas de circulação ou estiver com licenciamento atrasado, conforme prevê o Código de Trânsito Brasileiro, ele será, por meio de medida administrativa, removido para o pátio. Então, foi o que aconteceu, todas aquelas motocicletas que vocês viram nas imagens estavam sendo recolhidas por licenciamento. Então, o proprietário iria realizar a regularização, apresentar o documento Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV) emitido pelo Detran e realizar o pagamento das taxas do pátio e iria retirar sua moto tranquilamente.”, esclareceu.
Em relação aos veículos incendiados durante a operação, Amilton esclareceu as consequências dessa ação e os procedimentos que os proprietários deverão seguir para reaver os bens danificados.
“Quanto aos veículos que foram incendiados, essas pessoas terão que passar por um procedimento administrativo e, muitas vezes, até processo judicial para reaver o bem que foi danificado naquela ação. Então, é importante que a população tenha consciência de que esse tipo de ação realizada gera um dano para a própria população. A PRF continua realizando o seu trabalho, seja no trecho de Araripina ou em todo o Brasil, da melhor forma para garantir a segurança da população.”
Por fim, Amilton abordou um dos pontos mais importantes e preocupantes dos últimos anos no Brasil,que são as fake news e os boatos disseminados, especialmente por meio de grupos de WhatsApp, que muitas vezes acabam prejudicando as operações e causando desinformação na população. Ele ressaltou a importância de buscar fontes oficiais e confiáveis de informação e mencionou o número de contato da PRF, disponível 24 horas, para garantir a veracidade das informações.
“Em primeiro lugar, eu ressalto a importância de a gente ter boas fontes de informações. Então, para estar evitando desinformação, aquele ‘disse-me-disse’, aquele boato de grupo de WhatsApp, procurem as fontes confiáveis de informação. Procurem a mídia, vocês já sabem quem são os seus canais de confiança, e, principalmente, se você quiser entrar em contato com a PRF pelo 191 para obter qualquer tipo de informação, o número está disponível 24 horas e você vai ter informação oficial e de fonte segura.”, pontou Amilton.
Da redação, Portal InfoNewss (www.links.infonewss.com)
