Prefeito mineiro defende separar Nordeste do Brasil após vitória de Lula

 prefeito de Betim (MG), Vittorio Medioli (sem partido), defendeu que o Nordeste seja separado do restante do Brasil, após o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencer em todos os estados da região. Em texto publicado no jornal O Tempo, do qual é dono, Medioli diz que a eleição mostrou que há “dois Brasis”. “Um que produz mais e arrecada impostos, e outro, paradoxalmente mais carente, que vive das transferências. Dessa forma, a divisão territorial, por meio de um ‘divórcio consensual’, está com suas sementes se espalhando”, escreveu o chefe do Executivo da cidade mineira, que fica na região metropolitana de Belo Horizonte.

Prefeito de Minas que quer separar Nordeste do Brasil tem milhões em contratos com governo Bolsonaro

A concessionária Deva Veículos, empresa de Vittorio Medioli, prefeito de Betim (MG) que defendeu a separação do Nordeste do Brasil, já assinou contratos com o governo de Jair Bolsonaro (PL) que somam mais de R$ 480 milhões.

Uma grande parte desse montante, cerca de R$ 123 milhões, foi reservada no Orçamento da União através das chamadas emendas do relator, conhecidas como “orçamento secreto”. Desde o início da gestão Bolsonaro em 2019, a Deva Veículos já recebeu pagamentos de R$ 230 milhões referentes aos contratos com a administração federal.

Codevasf

Só as emendas individuais do presidente da Câmara dos deputados, Arthur Lira (PP-AL), renderam empenhos de R$ 7,9 milhões à Deva. Ele é o parlamentar que mais direcionou emendas a contratos com a empresa.

Quase a totalidade dos pagamentos resulta de licitações ganhas pela concessionária para entrega de caminhões de vários tipos à estatal Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba).Só em 2021 a Deva ganhou licitações para fechar contratos com a estatal que somam R$ 354 milhões. Em 2020, os valores com a Codevasf chegaram a R$ 98 milhões, e em 2019, cerca de R$ 15 milhões.

Com informações da Folha