Polícia Civil investiga morte de lutador amador em academia clandestina do Piauí

A Polícia Civil do Piauí vai apurar as circunstâncias da morte do lutador amador de boxe Jonas de Andrade Carvalho Filho, de 34 anos, que aconteceu no sábado (24), na Zona Norte de Teresina. Ao G1, o proprietário afirmou que não se tratava de um evento clandestino, mas o Conselho Regional de Educação Física informou que a academia não tinha registro e nem autorização para realizar as lutas.

Jonas estava em uma luta de boxe contra um homem, identificado apenas como Jônatas, quando passou mal e desmaiou. Ele foi socorrido e encaminhado para o Hospital do Buenos Aires, também na Zona Norte da capital. O segurança sofreu uma lesão no crânio, não resistiu e morreu na madrugada de domingo (25).

Academia sem registro

O presidente do Conselho Regional de Educação Física (Cref-PI), Danys Queiroz, afirmou que a academia não tinha registro, funcionava de forma clandestina e não tinha autorização para realizar as lutas e aconteceu de forma desorganizada e fora do horário devido.

O proprietário da Academia Fundo de Quintal, José Claudio, afirmou que o evento era apenas um “teste”.

“Foi um evento teste. Um evento tem que ter no mínimo 10 lutas e esse só teve 5. E era para colher um material para fazer futuramente eventos em Teresina. O evento tem essa característica rústica, mas com todo o aparato, como arbitragem e paramédico”, disse José Cláudio.

Para o presidente do Cref, o evento não poderia ter acontecido, tanto pela situação da pandemia da Covid-19, quando pelo descumprimento das regras para o esporte.

“Não existe evento teste. O evento aconteceu quebrando os protocolos da pandemia. Era um evento completamente ilegal, sem autorização para acontecer. Também não tinha aparato médico, como uma ambulância e logística para dar suporte”, disse o presidente.

O presidente Danys Queiroz também pontuou que o boxe é um dos esportes que mais exigem preparação para o inesperado e onde mais acontecem traumas dos atletas.

“Pode acontecer de tudo. Contusão cerebral, mal súbito, fraturas de tíbia e fíbula. É preciso estar preparado para estas situações”, completou o presidente do Conselho Regional de Educação Física.

Decreto proíbe realização de eventos

Além da morte, a polícia também vai apurar a responsabilidade pelo evento que violou o atual decreto publicado pelo governador do Piauí, Wellington Dias (PT), que proíbe a realização de qualquer tipo de evento, em ambiente aberto ou fechado. Durante esse final semana apenas atividades consideradas essenciais poderiam funcionar.

Fonte: G1 Piauí