O jovem picoense Jeneilton Batista, 31 anos, participou, no último sábado (21), do Campeonato Piauiense de Fisiculturismo, em Teresina, e conquistou, pelo segundo ano consecutivo, o primeiro lugar na categoria 75Kg.
Jeneilton iniciou sua preparação para o esporte no ano de 2019, quando acompanhou sua esposa, Denise em um campeonato de fisiculturismo. Ele disse ter se encontrado ali, e enxergado que era algo possível.
“Estou há dois anos como atleta desse esporte. Comecei minha preparação em 2019 quando acompanhei a minha esposa Denise em um campeonato. Fui assistir ela e isso me incentivou. Vi que esse sonho era possível. Participei do meu primeiro campeonato, onde estreei e ganhei em 3º lugar e no mesmo dia teve o estadual que também participei da categoria de 70Kg e ganhei em 1º. Continuei o trabalho e este ano migrei para uma categoria maior, de 75Kg, e ganhei novamente”, disse ele.
O atleta explicou que não é fácil entrar para o esporte. É algo que requer muita dedicação, abnegação, mas que com amor, é possível chegar onde se quer.
“É um trabalho que venho fazendo há dois anos e que não é muito fácil, tem que abdicar de muita coisa, mas isso nos leva a ganhar muita experiência em vida, não só no esporte, mas em todas as áreas da vida. O maior desafio é o foco com restrição de comidas, de saídas, com pouco alimento e treinando muito. É preciso lidar com tudo isso. Não sou apenas atleta. Sou pai de família, casado, tenho meu trabalho. Mas quanto maior a dificuldade, mais a gente tem que ter foco. A gente abdica de muita coisa, mas quando a gente faz com muito amor, se torna fácil. Para quem está de fora é sacrifício total, mas quando a gente está dentro, a gente faz com tanto amor e dedicação que às vezes a gente nem vê”, relatou.
Em tempos normais, Jeneilton Batista treina cerca de 1h30 por dia. Quando as competições se aproximam, nos três meses que antecedem, são realizados três treinos por dia, além da restrição total de carboidratos.
“A ausência de carboidrato mexe demais com o humor do atleta. E é onde o atleta tem que ter calma e as pessoas ao redor precisam compreender. Carboidrato é vida, mas nesse momento final é um grande inimigo”, comentou.
Ele dedicou sua conquista à sua equipe técnica, composta pela nutricionista Dayane Borges, o fisioterapeuta Marcos Valentim, e os treinadores Luís Neto e Daniel Ops. “Às vezes as pessoas me veem e acham que é um serviço só meu, mas não é. Há toda uma equipe de preparadores por trás para trabalhar meu psicológico, alimentação e o meu corpo. Todo suporte que o atleta precisa”, destacou o picoense.
Jeneilton Batista lamentou o fato de não conseguir investimento local para seu esporte e disse ver que nenhum atleta é valorizado como deveria ser pelas autoridades locais. Ele aproveitou e agradeceu aos amigos que colaboraram para sua ida.
“Infelizmente estamos em uma cidade carente de apoio para o esporte. Não apenas no fisiculturismo, que é algo novo aqui para a cidade, mas nos demais esportes. O futebol, o jiu-jitsu e o karatê, que são os principais, são esquecidos. Se talvez eles [órgãos públicos] buscassem mais atletas e os apoiassem, isso levaria a cidade a ter mais visão perante o estado. Hoje, aqui em Picos, não tenho muito conhecimento, mas em Teresina, onde chego todo mundo me conhece. E às vezes você vai pedir apoio e o pessoal fecha a porta por não acreditar em seu potencial. Nossa cidade é um celeiro de grandes campeões. O que falta é investimento. Eu mesmo não agradeço à cidade, mas a algumas pessoas daqui que me ajudam”, frisou.
O atleta picoense disse ainda que agora a meta é se preparar para um campeonato que acontecerá no estado de São Paulo, em 2022. “Está quase fechado o patrocínio com uma empresa de Teresina para me patrocinar em tudo. E, se Deus quiser, só esperar os dias de finalização do contrato e iniciar a preparação”, finalizou.
Fonte: Riachão Net