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Piauí tem o maior percentual de terra afetada pela seca do Nordeste

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Um relatório da Agência Nacional de Águas apontou que o estado do Piauí teve o maior percentual de área com seca no Nordeste em junho. Entre maio e junho o estado registrou 51% do território com seca, superando os estados vizinhos. O índice do território piauiense segue acima da média nacional, em termos de áreas com seca. O Nordeste teve um aumento da área total com o fenômeno de 30% para 33% entre maio e junho.

No último bimestre, a área com seca teve uma leve redução no Piauí, com queda de 54% para 51% do estado. Por outro lado, o Piauí teve o maior percentual de área com seca no Nordeste em junho.

Seca estiagem - (Arquivo/ODIA)
Seca estiagem – (Arquivo/ODIA)

O climatologista e diretor de prevenção da Defesa Civil do Piauí, Werton Costa, explicou que a tendência é aumentar o terreno de seca nos próximos meses.

“A tendência natural é que a gente tenha uma ampliação da área de seca. Esse não é um período que chove, então toda essa condição de seca que temos hoje, ou com redução ou forma estável, é resultado da água que nós acumulamos no último período chuvoso. A seca avança na medida em que a gente perde água dos reservatórios, da vegetação e da umidade do solo. Na medida em que essa evaporação avança, a estiagem vira seca”, destacou o especialista.

De acordo com o climatologista, a tendência é que o quadro se agrave. À medida em que a seca avança, passa a faltar água nos reservatórios, sobrando apenas a lama que serve para os animais bebam.

“Teremos uma tendência a presenciar, segundo a própria ANA, um quadro mais agravado. A medida em que esse quadro agrava, passa a faltar água tanto no reservatório subterrâneo, diminuindo a vasão dos poços, quanto naquele barreiro, aquele pequeno reservatório, que começa a secar, restando apenas uma lama que atende apenas os animais”, finalizou.

Werton Costa Climatologista - (Assis Fernandes/ODIA)
Werton Costa Climatologista – (Assis Fernandes/ODIA)

Segundo a agência, a intensidade da seca se manteve no Piauí entre abril e junho com a manutenção da área com seca moderada no patamar de 14% do território do estado. É a condição mais branda desde agosto de 2023, quando houve seca moderada em 9% do Piauí. Por outro lado, o estado teve a maior severidade de seca no Nordeste em junho.

Na comparação entre maio e junho, em termos de severidade da seca, o fenômeno de manteve estável em cinco dos nove estados nordestinos: Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco e Piauí.

Os outro quatro estados da região seguiram livres de seca entre maio e junho: Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe. O cenário do fenômeno no Nordeste em junho foi o mais brando entre as cinco regiões monitoradas com seca moderada em 8% da região e seca fraca em 25% de seu território.

Em termos de áreas com seca, o Nordeste teve um aumento da área total com o fenômeno de 30% para 33% entre maio e junho. Essa elevação foi resultado do avanço da seca na Bahia, Maranhão e Pernambuco no último mês. No sentido oposto, a seca avançou no Ceará e no Piauí. Em Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe o fenômeno seguiu sem ser registrado em junho.

Riscos com a queimadas

Werton ressaltou ainda o risco com as queimadas neste período e fez um alerta.

“Temos um problema terrível com o avanço desse quadro, problema número, as queimadas. Não tem lógica você tocar fogo se não estiver plantando, ainda se admite aquele senhorzinho do interior queimar a roça para trabalhar em uma área pequena, mas tocar fogo em período seco não tem necessidade. Vamos lançar em agosto um sistema de monitoramento em tempo real para atender os municípios e capacitar as defesas civis para atuarem no combate aos incêndios”, afirmou.

Piauí é o 6º estado do país com o maior número de queimadas em 2023 - (Arquivo/ODIA)
Piauí é o 6º estado do país com o maior número de queimadas em 2023 – (Arquivo/ODIA)

Cenário nacional

Entre maio e junho, em termos de severidade da seca, houve um abrandamento do fenômeno em três unidades da Federação, conforme a última atualização do Monitor de Secas: Mato Grosso, Pará e Roraima. No sentido oposto, em outras oito unidades da Federação a seca se intensificou nesse período: Acre, Amazonas, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e São Paulo.

Em termos de severidade, a seca ficou estável em dez unidades da Federação: Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia e Tocantins. Outros seis estados seguiram livres de seca em junho: Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sergipe.

Na comparação entre maio e junho, sete estados registraram o aumento da área com seca: Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. Já em outros quatro estados houve a redução da área com seca: Amazonas, Ceará, Pará e Piauí. Em dez unidades da Federação, a área com o fenômeno se manteve estável: Acre, Amapá, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rondônia, Roraima e Tocantins. Por sua vez, seis estados se mantiveram livres de seca em junho: Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sergipe.

Fonte: Portal O Dia

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