
Em 2025, de acordo com dados do Ministério Público do Trabalho do Piauí (MPT-PI), já foram resgatados 30 trabalhadores que haviam sido traficados e submetidos a trabalho escravo. Os casos de resgate aconteceram no estado da Bahia e no interior de São Paulo. A divulgação dos dados ocorreu nesta quarta-feira (30), Dia Mundial de Combate ao Tráfico de Pessoas.
Mas esse tipo de caso envolvendo outros estados não é a única forma com que piauienses são submetidos a trabalho análogo à escravidão. Em 2024, houve tráfico entre municípios do Piauí, com trabalhadores de Nazária resgatados em Boa Hora e Monte Alegre do Piauí, onde atuavam na extração de pedra.
“É importante tratar disso com muita seriedade e refletir sobre as causas que levam as pessoas a aceitarem serem traficadas para outros municípios ou estados para serem submetidas a condições degradantes de trabalho. Falta políticas públicas que fixem os trabalhadores em suas próprias localidades e em condições dignas de trabalho”, declarou procurador do Trabalho Edno Moura, coordenador regional de Combate ao Trabalho Escravo do MPT-PI.
De acordo com o procurador, foi percebido que, na grande maioria dos casos, o perfil dos trabalhadores resgatados em situações análogas à escravidão é de homens, pobres e com baixa escolaridade.
“Pessoas que vivem à margem da sociedade e que se encontram sem perspectivas de obtenção de renda e aceitam serem submetidos a condições degradantes porque não veem outra alternativa para auferirem renda para si e para o sustento de suas famílias. Por isso, acabam sendo presas fáceis para o trabalho escravo”, lamentou.
Em caso de suspeita ou constatação de trabalho análogo à escravidão, é possível realizar denúncia presencialmente em qualquer unidade do MPT na capital, ou nos municípios de Picos e Bom Jesus , pelo site www.prt22.mpt.mp.br/servicos/denuncias, ou ainda pelo WhatsApp: (86) 99544-7488. As denúncias podem ser sigilosas e/ou anônimas.
Fonte: Portal O Dia com informações do MPT-PI