O Piauí ocupa o primeiro lugar no ranking nacional de mortalidade no trânsito envolvendo motocicletas, com 21 óbitos por 100 mil habitantes em 2023, segundo dados do Atlas da Violência 2025, divulgado pelo Ipea e Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
O número é 33% superior ao do Tocantins, segundo colocado, e três vezes maior que a média brasileira, que ficou em 6,3 mortes por 100 mil habitantes.
No estado, 69,4% dos acidentes fatais no trânsito tiveram motocicletas envolvidas, o maior percentual do país. Em números absolutos, foram registrados 695 óbitos em acidentes com motos, um aumento de 15,1% em relação a 2022.
O estudo aponta que o crescimento da frota de motocicletas em estados com menor poder aquisitivo, como o Piauí, é um dos fatores por trás dos índices elevados. A falta de infraestrutura adequada e a fiscalização insuficiente também contribuem para o cenário.
Em comparação com outras unidades da federação, a diferença é significativa. Enquanto o Piauí lidera com 21 mortes por 100 mil habitantes, o Amapá registrou apenas 2,3, a menor taxa do país. O Rio de Janeiro também aparece entre os estados com menos ocorrências, com 2,4 mortes por 100 mil habitantes.
No Brasil, o número total de mortes em acidentes com motocicletas chegou a 13,5 mil em 2023, próximo ao recorde histórico de 2014, quando foram registrados 12,6 mil casos. Sete estados concentram mais da metade das mortes no trânsito envolvendo motos, todos localizados nas regiões Norte e Nordeste.
O Atlas da Violência é produzido com base em dados do IBGE, do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde.