
Quase dois anos já se passaram (um ano e sete meses, para ser mais específico) após a confirmação do primeiro caso do novo coronavírus no Piauí.
Ao longo desse tempo, além dos registros do Covid-19, também existiram as variantes e os picos da doença, que até recentemente ainda não se tinha conhecimento de tratamento ou forma de neutralização da sua disseminação.
O Piauí, o Brasil e todo o mundo, entretanto, hoje em dia registram avanço no controle da doença. Conforme o boletim mais recente divulgado pelo Governo do Estado, através da Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi) com a plataforma “Vacinômetro“, até o momento 3,8 milhões de doses já foram distribuídas em todas as 224 cidades piauienses.
Destes, aproximadamente 2 milhões de pessoas tomaram pelo menos a primeira dose. De acordo com os dados do Consórcio de veículos de imprensa, 62,93% da população do Piauí está vacinada. Entretanto, o número de pessoas totalmente imunizadas, isto é, com as duas doses ou com a dose única, ainda não chegou a 50%. Está em 32,93% da população do estado.
JÁ DÁ PARA FLEXIBILIZAR?
Este mesmo Consórcio de veículos de imprensa, que avalia dados repassados pelas secretarias de Saúde e profissionais médicos, informam que o Piauí vivencia hoje uma fase de estabilidade/queda nos casos de Covid-19. O avançar da vacinação é responsável por isso. O estado já registrou, de acordos com dados atualizados na noite desta sexta-feira, dia 1º de outubro, mais de 319 mil casos de pessoas infectadas e pouco mais de 7 mil mortes.
Os casos de novo coronavirus por dia têm caído e setembro foi o mês com menos óbitos por Covid-19 neste ano. Para Herlon Guimarães, superintendente de atenção primaria a saúde da Sesapi, a vacinação da população tem sido essencial para reduzir os números da doença no Piauí. “Desde o inicio da vacinação dos piauienses podemos identificar uma redução dos números de novos casos e óbitos aqui no estado, as vacinas são essenciais para que esses números caiam ainda mais”, afirmou Herlon.
Ok, mas com 62% da população vacinada com a primeira dose e 32% com a segunda dose ou com a dose única, já é hora de flexibilizar as coisas no Piauí?! Ainda não. De acordo com especialistas, o ideal para afrouxamento de medidas sanitárias é de que este número de vacinados ultrapasse os 70%. Com as duas doses. Para completar, com a disseminação de variantes do vírus causador da Covid-19, tornou-se necessária a aplicação das doses de reforço para determinados grupos, como é o caso dos idosos e dos imunossuprimidos.

OMS: A PANDEMIA NO BRASIL AINDA NÃO ACABOU
Um exemplo: a Europa iniciou uma flexibilização em maio deste ano. Em julho registrou torcida nos estádios durante a Eurocopa. A euforia dos fãs representou uma esperança para todo o mundo. Países como Inglaterra haviam conseguido reduzir o número de mortes pela doença em mais de 75%. O número de casos de Covid-19, contudo, voltaram a aumentar de forma preocupante especialmente nas sedes das partidas de futebol. O que se viu foi um grande número de casos e pessoas infectadas, mas poucas mortes registradas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) voltou a reforçar para o Brasil, mesmo com o avançar da vacinação, ainda em agosto, que “a pandemia ainda não terminou”. Segundo a organização, só o avanço não irá controlar a Covid-19 no país, e “medidas como o uso de máscaras e evitar aglomerações precisam ser reforçadas e implementadas com mais rigor”. O médico, professor universitário e deputado federal (PT-SP) Alexandre Padilha afirmou em entrevista recente que é preocupante ver as flexibilizações acontecendo nesse momento, pois sugerem o retorno à vida normal e ainda não temos segurança suficiente para isso.
“Infelizmente, irão surgir mutações resistentes às vacinas que temos disponíveis, não sabemos quando isso pode acontecer, se daqui uma semana, um mês ou 10 anos. Por isso, precisamos democratizar o acesso à vacina no mundo e suspender o monopólio das patentes para que elas se tornem bens públicos. Quanto mais rápida a produção nos laboratórios públicos e privados, mais ágil será o acesso às possíveis adaptações das vacinas, se necessário”, explicou o médico.
Fonte: OitoMeia