PF investiga fraude milionária no INSS com uso de identidades falsas no Piauí

Idosos residentes nos estados do Piauí, São Paulo, Goiás e Distrito Federal foram alvos da segunda fase da Operação Melhor Idade realizada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (06). Os idosos são suspeitos de emprestarem suas impressões digitais e fotografias para uma quadrilha especializada em fraudar o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Alguns idosos chegaram a ter suas características utilizadas em mais 30 identidades.

O grupo falsificava, em larga escala, certidões de nascimento, carteiras de identidade (RG), títulos eleitorais e CPFs, com o objetivo de criar identidades fictícias de supostos idosos com mais de 65 anos – faixa etária mínima exigida para a concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS – Idoso).

Foram identificados, até o momento, 21 “idosos de aluguel”, que tiraram cerca de 285 CPFs e Títulos Eleitorais com as identidades falsas. Com estes documentos falsos, contendo dados biográficos falsos, mas ostentando biometria (face e digital) dos “idosos de aluguel”, o grupo criminoso conseguiu abrir contas bancárias, ingressar no Cadastro Único do Governo Federal e obter aproximadamente 259 Benefícios de Prestação Continuada ao Idoso, que paga um salário mínimo por mês.

Além disso, usando a margem consignável deste benefício, os fraudadores solicitaram diversos empréstimos consignados.

No total, calcula-se que as fraudes causaram prejuízo de R$ 23 milhões aos cofres públicos. A ação evitou o prejuízo de R$ 35 milhões, considerando os valores que seriam pagos caso o esquema não fosse interrompido.

Primeira fase da Operação Melhor Idade foi realizada em janeiro

A primeira fase da operação foi realizada no dia 23 de janeiro. À época, a Justiça Federal decretou medidas cautelares, incluindo mandados de busca e apreensão, cancelamento de CPFs, bloqueio de contas bancárias, suspensão de benefícios irregulares, sequestro de bens e, em alguns casos, prisão.

Três investigados foram presos na ocasião, além da apreensão de celulares, mídias documentos falsos, cartões de benefícios, extratos bancários e anotações que reforçam as provas já coletadas.

As diligências resultaram na identificação de uma organização criminosa estruturada em diferentes níveis, responsável por falsificar documentos públicos, abrir contas bancárias, obter benefícios de forma indevida, além de realizar empréstimos consignados utilizando dados de “idosos de aluguel”.

A análise dos bens apreendidos indicou a aquisição de bens e movimentações financeiras incompatíveis com a renda dos investigados, com indícios de lavagem de capitais. Também foi possível identificar novos benefícios fraudados e outros atores envolvidos no esquema.

Contudo, mesmo após as medidas iniciais, constatou-se que o grupo prosseguiu com novos saques de benefícios irregulares, indicando a amplitude da estrutura e a necessidade de reforço das investigações e medidas de contenção.

Assim, na manhã desta quinta-feira, novos mandados foram cumpridos em desfavor de 16 novos investigados, nos estados do Piauí, São Paulo, Goiás e Distrito Federal.

Fonte: Cidade Verde