
Pacientes com Covid-19 têm relatado sofrerem discriminação por causa da doença causada pelo novo coronavírus, além de humilhações e vítimas de comportamentos agressivos. Manoela Liliane, de Teresina, deu um depoimento forte à TV Clube. Ela, paciente com Covid, narrou que as pessoas da rua onde moram dizem “a casa do corona é ali” e o seu irmão sofreu uma tentativa de linchamento na Zona Norte da capital.
“Estou sentindo vários preconceitos. Tem pessoas que passam na minha rua e dizem: a casa do corona é ali. O movimento da minha rua diminui bastante, meu irmão sofreu represália, uma tentativa de linchamento no bairro Poti Velho (Zona Norte de Teresina)”, relatou Manoela.
“A minha preocupação do momento é justamente essa. Se as pessoas estão fazendo isso ao passar na rua e chegar a agredir pessoas do meu convívio, imagina comigo”, completou, sobre o medo.
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A vendedora Giuliane Oliveira também passou por situações de humilhação. A irmã da vendedora teve Covid-19, voltou às atividades normais há mais de um mês, mas ainda hoje ela se depara com frases constrangedoras.
“Está irmã com a irmã com Covid e vem distribuir Covid com a gente”, contou Giuliane. Em outro caso, a irmã precisou sair do trabalho com receio de ser agredida. “Começou uma aglomeração na barraquinha dela, e disseram que era melhor ela sair porque poderia ser linchada”, completou.
Todos os pacientes com Covid-19 precisam cumprir um período de 14 dias de isolamento. Depois disso, segundo o Ministério da Saúde, elas podem voltar ao convívio familiar e ao trabalho. “É um número seguro”, explicou o médico ouvido pela TV Clube.
Muitos pacientes com Covid-19 têm procurado acompanhamento psicológico para enfrentar o comportamento cruel recebido.
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“A partir do momento que eu começo a pensar ‘e se você comigo, como gostaria de ser tratado?’ começo a entender a situação do outro. Ele não adoeceu de propósito. Ele adoeceu por uma consequência. Alguns pacientes chegaram a relatar que sofreram mais por conta do preconceito que dos sintomas da Covid-19”, explicou a psicóloga Karenina Dantas.
Fonte: G1 Piauí