“O presidente só vai a debate se o Lula também for”, afirma Ciro Nogueira

O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), afirmou, em entrevista ao Jornal do Piauí desta sexta-feira (03), que a participação do presidente Jair Bolsonaro (PL) nos debates eleitorais deste ano está condicionada à presença do ex-presidente Lula (PT).

“O presidente só vai se o Lula for. Não tem sentido ele ir para um debate sozinho e ser atacado por todo mundo, não vejo sentido. Quero ver o debate entre Lula e Bolsonaro, pois ninguém vai para um debate só para ser atacado, ser boi de piranha”, disse o ministro.

Em relação à disputa estadual, o líder progressista enfatizou que Sílvio Mendes (União Brasil) ganhará as eleições para o Governo do Piauí em primeiro turno e que Joel Rodrigues (PP) surpreenderá, derrotando o ex-governador Wellington Dias (PT) na disputa ao Senado.

“É o trio perfeito, que está encantando o Piauí. Nem nos meus melhores sonhos poderia estar vivendo essa situação, não podia imaginar que o Joel estivesse, há quatro meses da eleição, com um crescimento tão grande nas pesquisas”, pontuou o líder progressista.

Adesões

Ao comentar a recente adesão do vereador Jeová Alencar (PRB) ao palanque de Joel Rodrigues, Ciro Nogueira revelou que ainda há negociações com outras lideranças políticas do estado, que devem ser anunciadas principalmente após as convenções.

“Vamos vencer essa eleição. Hoje não temos dois lados, tem um lado, que é do Piauí. O lado do atraso as pessoas estão esquecendo e vai ficar para trás, com certeza”, disse o senador, que ainda comentou sobre a possibilidade de apoio do prefeito de Teresina, Dr. Pessoa (PRB).

O ministro disse que apesar da parceria administrativa que tem firmado com o gestor da capital, cabe a ele definir se haverá alinhamento político. Da sua parte, só descartou aproximação de políticos vinculados a siglas de esquerda.

“O prefeito tem autonomia, tem defendido a terceira via, que respeitamos. Queremos apoio do Piauí inteiro, só não quero do PT e do PCdoB, porque não vou estar com essas pessoas após as eleições”, frisou Ciro Nogueira.

Fotos: Renato Andrade/Cidadeverde.com

Governo Federal

Quando indagado sobre a possibilidade da decretação de estado de calamidade pública no país, como sugeriu recentemente em entrevista à imprensa nacional, o ministro recuou das declarações e pontuou que, no momento, não há nada neste sentido sendo discutido.

Apesar disso, o político piauiense enfatizou que é interesse do presidente Jair Bolsonaro a elaboração de medidas, a curto prazo, que consigam solucionar problemas como a inflação, o desemprego  e, principalmente, controlar o preço dos combustíveis

“Temos estudos que estamos fazendo, mas também há muita especulação. Muita gente ganha dinheiro nessa hora, dizendo que vai ter calamidade, aumento das despesas públicas. Não existe nada de decreto de calamidade, ainda estamos fazendo estudos”, afirmou o ministro.

Ciro Nogueira também pontuou que o governo ainda aguarda a aprovação no Senado do projeto de lei, que  define o teto de 17% para o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de combustíveis, energia elétrica, telecomunicações e transportes coletivos.

De acordo com o senador licenciado, não há dúvidas de que o texto será aprovado da mesma forma como aconteceu na Câmara Federal. Seu entendimento é que a mudança na alíquota tributária deve aliviar o preço dos combustíveis no país.

Apesar disso, o ministro ressaltou que o governo acompanha com preocupação o contexto externo, provocado pela guerra. Isso porque a Rússia ameaça interromper a exportação de diesel, o que seria uma tragédia na avaliação de Ciro Nogueira.

“Temos que estudar, pois temos essa situação do aumento do preço. Estamos acompanhando uma situação que preocupa muito, que é a guerra. Isso nos preocupa bastante, porque se a Rússia parar de exportar combustível, vai criar um caos mundial”, analisou o parlamentar.

Preço dos combustíveis

Durante a entrevista, Ciro Nogueira reconheceu que o preço da gasolina e do diesel tem causado um impacto econômico em todo o país. Para ele, este cenário é reflexo de escândalos de corrupção na estatal no passado e “desvios” durante os governos petistas.

“O Brasil é um dos únicos países do mundo que não refina todo o petróleo que consome, porque as refinarias que o governo do PT construiria, como a do Maranhão e de Pernambuco, não foram construídas”, declarou o ministro.

Fonte: Cidade Verde