
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) atualizou, em maio, a definição de febre em crianças. Antes, a temperatura axilar de 37,8 °C já era considerada febre. Com a nova atualização, 37,5 °C é o novo limite. A médica infectologista pediátrica do Hospital Barão de Lucena, Laís Rufino, explica que a pirexia não é uma doença, e sim uma resposta fisiológica do organismo humano.
“É o nosso organismo respondendo a uma agressão física, química ou biológica. Diante de uma agressão, nosso organismo reage dilatando os vasos sanguíneos, para levar mais sangue ao local agredido, e aumenta a produção de anticorpos e glóbulos brancos, visando defender, dificultar ou até inibir a multiplicação dos agentes agressores (vírus ou bactérias, por exemplo). A definição de febre leva em conta o aumento da temperatura corporal acima dos valores considerados normais, sendo esta temperatura variável de acordo com o local de medição (oral, auricular, retal ou axilar), e são aceitas faixas de variações de temperatura, o que torna um pouco difícil a determinação do que é febre para o familiar que acompanha uma criança doente. A febre não é doença, é uma reação de defesa do nosso organismo, é um alarme, um sinal de que estamos sofrendo uma ‘agressão’, e ela ajuda a aumentar nossa imunidade contra agentes agressores”, detalhou a infectologista pediátrica do Hospital Barão de Lucena, Laís Rufino.
A definição da nova temperatura, direcionando também o local mais adequado para a aferição (que seria a axila), facilita a avaliação dos familiares e evita o medo exagerado da febre, que pode levar a consultas e, muitas vezes, a intervenções médicas desnecessárias. Como orientação, a especialista informa que a febre só deve ser tratada (medicada) quando vier acompanhada de dor de cabeça, dor no corpo ou mal-estar e essa medicação pode ser realizada em casa mesmo.
A especialista reforça que os pais precisam ficar atentos aos sinais de alarme, pois eles indicam a necessidade de ida (ou não) a uma unidade de saúde. “Uma vez que a febre é um sinal de agressão ao organismo, devemos nos manter alerta aos sinais de alarme que indicam a necessidade de buscar atendimento médico: primeiro, bebês abaixo de três meses de idade com temperaturas acima de 38º ou abaixo de 35,5º; segundo, mesmo após normalizar a temperatura, se a criança de qualquer idade se mantiver irritada, com choro persistente ou muito “largadinha” mole, apática, com pouca reação, sem querer mamar; e, por fim, quando a febre se acompanhar de sintomas persistentes, como dor de cabeça, pele vermelha, dificuldade de dobrar o pescoço, vômitos que não cessam, confusão, irritabilidade extrema ou sonolência, dificuldade importante para respirar e queda do estado geral”, explicou Laís Rufino.
PERNAMBUCO
O Estado disponibiliza serviços de emergência com médicos especialistas pediátricos, para que, em caso de necessidade, a família possa levar a criança e receber atendimento médico e orientação para o tratamento e melhor condução dessa criança. As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) são indicadas para o atendimento emergencial dos pacientes, e existem ainda os hospitais de referência da rede estadual, como o Hospital Barão de Lucena, para onde as crianças podem ser encaminhadas em caso de necessidade de internamento. No interior do Estado, existem unidades de atendimento como o Hospital Dom Moura (Garanhuns), Hospital Mestre Vitalino (Caruaru), Hospital Ermírio Coutinho (Nazaré da Mata), Hospital Regional Emília Câmara (Afogados da Ingazeira) e Hospital Regional Ruy de Barros Correia (Arcoverde).