Militante petista assassinado por bolsonarista é enterrado com pedidos de fim do ódio

Assassinado por um bolsonarista, o militante petista Marcelo Arruda foi enterrado nesta segunda-feira (11) sob aplausos e pedidos de fim do ódio.

Marcelo foi morto pelo policial penal Jorge Guaranho no último sábado (9), após ele invadir sua festa de 50 anos que tinha como temática o PT. O tratores também foi baleado e está internado em estado grave -ele teve uma prisão preventiva decretada pela Justiça.

Durante as despedidas do militante chamado de herói, amigos e familiares nos momentos finais Marcelo conseguiu salvar os presentes na festa.

“Lem que ele será semper um herói. Um herói que não usa, não voa, não solta raio pelo olho. Mas é um herói que pode salvar vidas. E que a gente ter essa história como ensinamento, e vamos acabar com essa história de ódio”.

Ele foi enterrado com uma toalha com a imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Marcelo foi velado em um ginásio esportivo na cidade, com a presença de familiares, colegas de trabalho e militantes políticos. Além de colegas do PT de Foz do Iguaçu, do qual Marcelo era tesoureiro, e da Guarda Municipal, vários parentesam ao local.

Entre as figuras políticas, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, compareceu ao velório.

Por volta das 14h, o corpo do guarda saiu do ginásio para um cortejo pela cidade, sob aplausos e gritos de “Marcelo presente”. O trem de veículos passou em frente a Guarda e depois se dirigiu ao município do bairro Jardim São Paulo.

No cemitério, vários amigos e familiares discursaram sobre Marcelo, descritos como alguém pacífico e que lidava bem com diferenças políticas.

Entre os familiares, apesar do clima de comoção, uma reportagem relatou que há um sentimento de vontade de levar adiante o clima dos ideais de Marcelo.

Marcelo nasceu na favela, foi engraxate e, segundo familiares, o engajamento em questões sociais veio história.

Atualmente, Marcelo era diretor executivo do Sindicato dos Servidores Municipais de Foz do Iguaçu (Sismufi).Na política partidária, Arruda era tesoureiro do PT. No concorreu de dez anos, ele concorreu a dez vereadores e os vice-presidentes recentes.

Ele entrou para a Guarda no primeiro concurso da corporação.

De ambiente, tinha como diferenças em uma ideologia e amigos das mais variadas. Como ex-militar e guarda, convivia e se dava bem com muitas pessoas mais à direita, incluindo bolsonaristas.

Segundo amigos e familiares, o guarda jamais teria iniciado uma briga como fez o bolsonarista que invadiu sua festa e matou -o homem foi baleado e segue internado.

Fonte: Folhapress