
Belém do Piauí, município localizado a 383,8 km da capital Teresina, enfrenta uma das piores crises agrícolas de sua história. A estiagem prolongada, aliada a uma onda de calor intenso e à falta de chuvas, já causou perdas irreversíveis em mais de 50% da safra de milho e feijão, principais cultivos da região.
A situação alarmante foi confirmada pela Secretaria Municipal de Agricultura, que alerta para o risco de colapso na produção local.
Nesta semana, o prefeito Jônathas Noronha e o diretor de Agricultura, Luís de Sousa, conhecido como Luizinho, visitaram as lavouras do município para avaliar os estragos causados pela seca.
Segundo dados oficiais, as plantações de milho e feijão realizadas em dezembro de 2024 já registraram perda total, enquanto as cultivadas em janeiro de 2025, afetadas pela estiagem de fevereiro, tiveram mais de 50% de sua produção comprometida.
Seu Chico, que mora entre as comunidades Chapada e Alagadiço, perdeu toda sua colheita. “Plantei cinco hectares e meio de feijão e milho, mas, infelizmente, perdi tudo. O prejuízo é enorme — investi tudo que tinha, esperando uma boa colheita. Mas, como sou da roça, aprendi a lidar com as dificuldades. A gente se conforma e segue em frente, porque a vida do agricultor é assim, na esperança de dias melhores e na confiança de que seja o que Deus quiser.” Disse.
Osvaldo, da comunidade Chapada, compartilha da mesma angústia. “Tive perda total, plantei oito tarefas de milho e feijão e não sobrou nada. A situação foi muito difícil, com um prejuízo que passou de dois mil reais. É duro ver todo o trabalho e investimento ir embora assim, mas a gente segue na luta, porque a vida no campo é feita de altos e baixos.” Desabafou.
Em entrevista, o prefeito Jônathas Noronha expressou preocupação com a situação e reafirmou o compromisso da gestão em apoiar os agricultores. “Temos realizados algumas ações de apoio e incentivo ao homem do campo, como a realização de distribuição de sementes e a aração e terras para os produtores rurais. Estamos buscando alternativas para minimizar os impactos dessa estiagem, que tem sido implacável com nossa gente. Vamos trabalhar para garantir apoio emergencial e buscar soluções a médio e longo prazo”, afirmou.
O diretor de Agricultura, Luizinho, destacou as ações que estão sendo adotadas para enfrentar a crise. “Estamos empenhados em buscar, junto aos órgãos federais e estaduais, recursos para fortalecer a agricultura familiar. Desde a gestão do prefeito Ademar, temos o compromisso de garantir a contrapartida do seguro safra, e isso continua com o prefeito Jônathas, que mantém os pagamentos em dia. Isso assegura que, em casos de perdas acima de 50%, os agricultores terão seus direitos garantidos e o apoio necessário para superar essas dificuldades.”, explicou.
Além dos prejuízos nas lavouras, a estiagem também impactou os recursos hídricos do município. Conforme Secretaria de Agricultura, todos os reservatórios de água de Belém do Piauí, com exceção da Barragem do Caboclo, estão completamente secos. A falta de água agrava ainda mais a situação, dificultando a irrigação e o consumo humano e animal.
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