
A terça-feira (22) deve terminar um pouco mais cedo do que o habitual. Isso porque a rotação da Terra, que determina a duração dos dias, está mais acelerada neste período do ano, fazendo com que hoje seja considerado o dia mais curto de 2025, segundo o Observatório Nacional.
Neste 22 de julho, a Terra deve completar uma volta em torno de si mesma com 1,38 milissegundo a menos do que o padrão de 24 horas (ou 86.400 segundos). Essa diferença, apesar de cientificamente relevante, é imperceptível para os seres humanos, menor até do que um piscar de olhos.
Diversos fatores naturais influenciam a velocidade de rotação do planeta, como movimentos no núcleo da Terra, variações nos oceanos e na atmosfera. Apesar de o planeta estar desacelerando ao longo de bilhões de anos, quando um dia durava apenas cinco horas, essas acelerações momentâneas também acontecem.
O diretor do Observatório Nacional, Fernando Roig, explica que esse comportamento é irregular e ainda não há um consenso científico sobre os motivos exatos das variações.
Esta não é a primeira vez que a Terra gira mais rapidamente. Em 19 de julho de 2020, houve um encurtamento de 1,47 milissegundo. Já em 29 de junho de 2022, o planeta bateu recorde ao completar a rotação 1,59 milissegundo mais rápido, tornando aquele o dia mais curto desde que esses registros começaram a ser medidos com precisão.
Embora a mudança não seja perceptível no dia a dia, os cientistas precisam ajustar os relógios atômicos a essas pequenas variações. Para isso, utilizam o chamado segundo bissexto, um ajuste de tempo que pode ser positivo ou negativo, dependendo se a rotação está mais lenta ou mais rápida que o ideal. Esse segundo adicional (ou removido) funciona de forma semelhante ao dia bissexto (29 de fevereiro), garantindo a precisão da contagem do tempo ao longo dos anos.
Mesmo sendo uma mudança microscópica, a aceleração da Terra reforça a complexidade dos movimentos do planeta e a importância do monitoramento contínuo da sua rotação.
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