Em debate paralelo, PT fala em “censura” a Lula

Enquanto oito dos 13 candidatos à Presidência da República participavam do primeiro debate da campanha na Band, o PT organizou pela internet um debate paralelo ao evento, na noite desta quinta-feira (9), em que fez críticas ao PSDB e classificou como “censura” o fato de o candidato do partido, Luiz Inácio Lula de Silva, não ter participado.

Lula está preso na superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, onde cumpre pena de 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva. A Justiça impediu a participação do ex-presidente.

Com várias inserções de trechos de entrevistas de Lula sobre temas variados –gravados antes de sua prisão–, o debate ao vivo contou com o candidato a vice-presidente Fernando Haddad (PT), a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, a deputada estadual do Rio Grande do Sul, Manuela D’Ávila (PCdoB); e o ex-presidente da Petrobras e coordenador-geral da campanha petista, Sergio Gabrielli.

As críticas de Haddad ao PSDB vieram poucas horas depois de Haddad não descartar a possibilidade de o PT apoiar o PSDB em eventual segundo turno entre o candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, e o candidato do PSL, Jair Bolsonaro. “O PT não tem esse preconceito”, disse Haddad durante uma sabatina em São Paulo.

No debate paralelo, Haddad citou problemas de gestão do governo de São Paulo e ligou Alckmin ao governo do presidente Michel Temer.

“Eles tiveram dois anos para provar que estavam certos e cometeram dois erros: violaram as regras democráticas e implantaram um projeto anti-social do país”, disse o ex-prefeito de São Paulo.

O petista também atribuiu ao PSDB a expansão da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) pelo país.

“O presidente Lula mandou constar no plano dele que certos aspectos da segurança vão ser federalizados. De fato, a maior facção cresceu em São Paulo debaixo dos olhos do PSDB e se nacionalizou. Isso é um produto de exportação dos governos do PSDB”, disse.

Petistas fazem leitura de carta de Lula

No início do debate-paralelo, Haddad leu uma carta que seria do ex-presidente, em que critica a ausência no debate da noite desta quinta.

“De acordo com o Código Eleitoral, com a Constituição, o candidato, ainda que tenha contestada a candidatura, deve gozar de todos os direitos dos demais candidatos. Não é um favor, é uma prerrogativa legal”, disse Haddad ao citar trecho da carta.

Amoêdo também critica

Além de Lula, o candidato João Amoêdo (Novo) também criticou, pelas redes sociais, o fato de não participar do debate da Band.

Mais cedo, ele fez uma campanha nas redes sociais com a hashtag “#JoãoNaBand”. O candidato postou em seguida uma foto com adesivo na boca em protesto pela falta de convite.

Pela lei eleitoral, as emissoras de TV são obrigadas a convidas apenas os candidatos de partidos e coligações que têm ao menos cinco parlamentares no Congresso. Não é o caso do Novo.

Fonte: Uol