Dono de avião que caiu em Teresina já foi preso por furto de aeronave

Bruno Alencar Wachekowski foi preso aos 19 anos, após ser apontado como suspeito na participação do furto de um avião, modelo Cessna C210, prefixo PT-JKX de uma emissora de TV da cidade de Vargem Grande, no Mato Grosso. O caso aconteceu em 2016. Na época, ele e outras duas pessoas foram presas na Bolívia, após o avião furtado cair em uma fazenda no país vizinho. A Polícia Federal suspeitou que a aeronave fosse usada para transporte de drogas.

O trio foi identificado pela PF através de câmeras de segurança instaladas no aeroporto de Vargem Grande. A investigação conseguiu confirmar a identidade dos suspeito através de imagens de câmera de segurança, que mostraram o táxi usado por eles para chegarem ao hangar. Por conta do incidente, Bruno e os outros dois suspeitos responderam processo na justiça boliviana.

Segundo o delegado da Polícia Federal, Sérgio Macedo, responsável pelo caso, a suspeita principal é de que o avião seria usado futuramente para o tráfico internacional de drogas. As informações são do G1 Pará.

Avião foi encontrado pela polícia boliviana, após cair em fazenda (Foto: Divulgação/Polícia da Bolívia)

ACIDENTE AÉREO EM 2019

Três anos mais tarde, Wachekowski teria se envolvido em outro acidente aéreo. Em março de 2019, o Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBM) confirmou a queda de um avião de pequeno porte em Belém. A aeronave caiu dentro de uma residência. O piloto, identificado como Lucas Ernesto Santos morreu. Bruno, que atuava como copiloto, ficou preso nas ferragens e sofreu um traumatismo craniano. A terceira vítima era um vigilante que estava na casa atingida e sofreu escoriações.

O avião era particular. Modelo PT-JIC, modelo Cessna Aircraft 210L. Não pertencia a Wachekowski. A Inspeção Anual de Manutenção e o Certificado de Aeronavegabilidade da aeronave estavam em dia, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Estas informações também são de um reportagem do G1 Pará veiculadas em 2019.

Avião de pequeno porte cai em Belém (Foto: Reprodução / TV Liberal)

INVESTIGAÇÃO EM TERESINA

Após o episódio em que uma aeronave caiu em um matagal na zona Sudeste de Teresina, na sexta-feira (28), a Polícia Civil investiga o que pode estar por trás deste caso. O delegado titular do 21ª Distrito Policial, Odilon Sena, afirmou que uma série de informações levantadas sobre a aeronave, piloto e dono do veículo são averiguadas.

Segundo o delegado, mesmo após o acidente aéreo, o proprietário não teria entrado em contato com o aeródromo em Teresina. O piloto, Leandro Holdefer, teria tido atitudes suspeitas quando chegou em Teresina, ainda na quinta (27): teria falsificado uma assinatura e decolado sem autorização. Informações preliminares dão conta de que o avião já teria sido utilizado para o tráfico de drogas e estaria irregular.

O AVIÃO QUE CAIU EM TERESINA

A aeronave teria sido comprada do dono do aeródromo há sete meses pelo valor de R$ 40 mil, um preço barato, conforme Sena. De acordo com o delegado, o avião possuía diversos problemas administrativos e documentações irregulares. Inclusive, informações técnicas dão conta de que a aeronave teria histórico de ter sido utilizada para o tráfico de drogas.

Do ponto de vista técnico, a aeronave não apresentava nenhum problema. Possuía uma capacidade de 240 L de combustível. Autonomia de voo de 4h30. O destino da viagem seria Novo Horizonte no Pará, local onde piloto e dono residem. Uma distância de 3h30 de Teresina. Assim, acredita-se que Holdefer não planejava realizar nenhuma parada.

Em entrevista ao OitoMeia nesta terça (01), o delegado Odilon afirmou que a Polícia tomará todas as providencias no sentido de verificar e apurar as circunstancias que envolvem o fato.

Da esquerda para direita: cenas após queda do avião, o Piloto Leandro Holdefer e aeronave um dia antes do caso  (Foto: Montagem/ OitoMeia)

Fonte: Oito Meia