
Em busca de uma maior qualidade de vida, muitas pessoas têm diminuído o consumo de carne. Nesta segunda feira (1º), em que se celebra o Dia Mundial do Veganismo, o g1 conversou com adeptos da dieta vegetariana para esclarecer dúvidas, reunir dicas e ainda a indicação de dez estabelecimentos alimentícios que oferecem pratos veganos em Teresina. Confira a lista com os locais ao fim da reportagem.
O que é veganismo?
Veganismo pode ser classificado como um modo de viver que busca excluir o consumo de produtos que possuem origem ou resíduo animal, e de atividades que estejam relacionadas à exploração de animais.
A prática é aplicada na alimentação, no vestuário, uso de cosméticos e demais esferas do consumo.
No Brasil, segundo uma pesquisa do Ibope Inteligência de 2018, 14% da população se declara vegetariana, o que corresponde a 30 milhões de brasileiros. A Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) estima que do total, cerca de 7 milhões são veganos.
Qual a diferença entre veganismo e vegetarianismo?
O vegetarianismo se limita à alimentação. Existem quatro tipos de vegetarianos:
- Ovolactovegetariano: utiliza ovos, leite e laticínios na sua alimentação;
- Lactovegetariano: ulitiza leite e laticínios na sua alimentação;
- Ovovegetariano: utiliza ovos na sua alimentação;
- Vegetariano estrito: não utiliza nenhum produto de origem animal na sua alimentação.
Como manter a saúde em dia ao aderir ao veganismo?
/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2016/10/23/dietavegana.jpg)
Ciência aponta riscos e benefícios da dieta vegana — Foto: BBC/Thinkstock
Algumas pessoas sentem dificuldade em realizar substituições durante a mudança de alimentação, e é comum ouvir que “sem carne no prato vai faltar proteína” ou que a mudança na alimentação resultará em baixo rendimento, fraqueza e perda de massa muscular.
A nutricionista Vanessa Lira deixou de consumir carne há cerca de quatro anos, após conviver com um casal de amigos vegetarianos. Segundo ela, para evitar deficiências nutricionais, é importante manter variedade nas escolhas alimentares.
“Vi que era super possível seguir esse estilo de vida e manter a saúde, até mesmo melhorá-la. Fui amadurecendo a ideia, até que resolvi assistir um documentário sobre como funciona a indústria da carne e isso me chocou muito. Foi o que bastava para por a decisão em prática”, contou.
Com o crescimento do mercado vegano, ficou mais fácil encontrar leites vegetais e produtos industrializados à base de plantas. Para a especialista, no entanto, é preciso estar atento à quantidade de gordura e à presença de conservantes nesses alimentos.
“Leguminosas como feijões, grão-de-bico, lentilhas e soja são alimentos ricos em proteína que podem de maneira mais acessível substituir a carne, além de serem ricas em ferro, zinco e cálcio, micronutrientes de maior atenção na dieta vegana”.
“A fibra do caju, da jaca, a casca de banana, que são preparações vegetarianas, podem se assemelhar muito à textura da carne de frango, mas não são ricas em proteína, por exemplo. Podem compor uma refeição, mas não substituir a carne”, informou.
Conforme a nutricionista, também são indispensáveis para uma dieta vegetariana saudável: vegetais verde-escuros, pois são ricos em ferro; frutas ricas em vitamina C para aumentar absorção do ferro; sementes de chia e linhaça para garantir ingestão de ômega-3; e alimentos como as sementes de gergelim, abóbora, castanhas, brócolis e couve, ricos em cálcio.
Quais os benefícios da alimentação vegana?
“Se bem planejada, por ser rica em fibras, gorduras boas, antioxidantes e fitoquímicos, a dieta vegetariana implica em menor risco para o surgimento de doenças crônicas como diabetes, câncer e doenças cardiovasculares por exemplo”, explicou a nutricionista Vanessa Lira.
O ideal é que vegetarianos e veganos procurem um profissional de saúde, pelo menos uma vez por ano, ou conforme indicação médica, para avaliar se há alguma deficiência nutricional a ser corrigida, e obter orientações sobre o preparo e combinações de refeições.
A nutricionista ressaltou também que é possível manter um alto rendimento físico e atingir hipertrofia com a dieta sem produtos de origem animal.
“Além disso, é extremante importante fazer a suplementação de vitamina B12, pois os alimentos de origem vegetal não são fontes dessa vitamina. No entanto isso não é uma desvantagem da dieta vegetariana, pois mesmo quem come carne pode apresentar deficiência de B12”, destacou.
Fonte: G1 Piauí