Devido ao aumento de casos de Covid e gripe, escolas no Piauí podem ter aulas suspensas

Uma nota técnica assinada pela Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi) gerou uma certa polêmica entre as instituições de ensino do estado, tanto da rede privada como pública.

A nota, que é assinada também pela Diretoria de Unidade de Vigilância Sanitária e pelo Centro de Emergências em Saúde Pública (COE/PI), aborda o tema “volta às aulas” e se deu por conta do aumento no número de casos de gripe e de Covid-19.

Trecho da nota, divulgada na quarta-feira passada, dia 26, diz: “Permanecem liberadas as atividades educacionais nos moldes do disposto no Decreto Estadual Nº 19.429/2021”. Isto é, autoriza o modelo presencial e continua em vigor a adoção do sistema híbrido ou por rodízio, além do ensino à distância (remoto).

Alunos com suspeita ou diagnóstico da Covid-19 e outras Síndromes Respiratórias Agudas Graves – SRAG, claro, devem ser afastados e/ou assistir aulas de forma remota. Além disso, estão mantidas exigências sanitárias como uso de máscara, distribuição de álcool em gel e distanciamento de pelo menos 1,5m.

Mas o que gerou polêmica mesmo diz respeito à suspensão das aulas. Diz a nota técnica: “A instituição deve observar as situações de alerta e as ações para suspensão temporária das aulas presenciais. Três situações foram elencadas como alerta para tomada de decisão imediata no ambiente de ensino. A ocorrência de caso de COVID-19 deverá seguir os tramites de notificação”.

Crianças em sala de aula no Instituto Dom Barreto, já neste ano (Foto: Reprodução Instagram)

As situações são as seguintes:
“Situação 1 – Ocorrência de dois ou mais casos suspeitos ou confirmados no qual os envolvidos convivam na mesma sala de aula e não tenham tido contato com outras turmas: Atuação da instituição frente à situação: as aulas presenciais nessa sala serão suspensas por uma semana (7 dias); e todos os contatos próximos deverão ser monitorados durante esse período;
Situação 2 – Ocorrência de dois ou mais casos suspeitos ou confirmados no qual os envolvidos sejam de salas diferentes ou tenham tido contato com outras turmas no mesmo turno escolar: Atuação da instituição frente à situação: as aulas presenciais do turno escolar serão suspensas por uma semana (7 dias); e todos os contatos próximos deverão ser monitorados durante esse período;
Situação 3 – Ocorrência de dois ou mais casos suspeitos ou confirmados no qual os envolvidos sejam de salas diferentes ou tenham tido contato com outras turmas em outros turnos: Atuação da instituição frente à situação: as aulas presenciais na instituição ou unidade de ensino serão suspensas por uma semana (7 dias); e todos os contatos próximos deverão ser monitorados durante esse período.

Algumas instituições e pais e mães de alunos chegaram a iniciar uma manifestação contra as medidas, acreditando que seria determinado o fechamento das escolas. Nesta quinta-feira (27/01) a Sesapi divulgou uma nota de esclarecimento: “as medidas da Nota Técnica Nº 002 – Educação, republicada nesta quarta-feira (26), tem o propósito de regulamentar as aulas presenciais da rede pública e privada de ensino, em todos os níveis educacionais, e não de fechar escolas, de modo a assegurar o direito à saúde e à Educação no cenário de emergência de Saúde Pública, cuja adesão dos segmentos econômicos e sociais, da população e de cada cidadão aos protocolos sanitários é condição precípua para vencer a pandemia”.

E enfatiza as medidas tomadas:
“Assim, o referido documento flexibiliza em muitos pontos as medidas adotadas até então:
1 – No Piauí estão mantidas aulas presenciais. O Sistema Híbrido e/ou o Ensino Remoto devem ser adotados somente nos casos excepcionais, previsto na NT;
2 – Afastamento de alunos por casos Covid-19 das aulas presenciais (Situações de alerta) são medidas indispensáveis para interromper a cadeia de transmissão do ciclo do vírus, cuja suspensão temporária (7 dias) visa assegurar a continuidade das aulas presenciais:
2.1 – Não há afastamentos das turmas se somente o professor for contaminado, para tanto, se exige o uso de máscara que garanta maior proteção;
2.2 – Anteriormente, a suspensão das aulas presenciais temporariamente ocorria a partir de um caso suspeito ou confirmado entre alunos e por 14 dias. Atualmente, a partir de 2 casos suspeitos ou confirmados de Covid-19 entre os alunos e por 7 dias.
3 – As demais situações estão vigentes desde a publicação do Protocolo Específico Nº 001/2021;

Todas as recomendações da SESAPI/COE/DIVISA são respaldadas na atual situação epidemiológica e em dados técnico-científicos extraídos de fontes fidedignas, tendo seus profissionais atuado intensamente no sentido de minimizar os riscos, proteger e promover a saúde da população”.

PASSAPORTE DA VACINA

A mesma nota técnica fala sobre a vacinação, tanto de alunos como de professores. A partir deste ano, passa a ser uma exigência, conforme item da nota técnica: “No retorno/continuidade das aulas presenciais, a instituição de ensino, pública ou privada, deve solicitar o comprovante de vacinação dos professores, trabalhadores e alunos (considerar a faixa etária que está sendo imunizada de acordo com o calendário do Programa Nacional de Imunização – PNI). Essa exigência poderá ser realizada apenas uma vez, desde que estejam com as doses mínimas comprovadas e que o estabelecimento tenha esse controle de quem já apresentou o cartão e está apto a adentrar ao estabelecimento”.

CASO DE ALUNOS NÃO VACINADOS

“Quando houver pessoas não vacinadas na sala de aula, manter o distanciamento seguro de 1 metro. Nos demais espaços de convivência, manter o distanciamento de 1,5 metro”, explica ainda a nota técnica sobre o assunto. Desde o início da vacinação infantil muitas dúvidas surgiram a respeito. Alguns pais, mães e responsáveis acreditam não ser necessário levar seu filho (ou filha) para tomar a vacina, mesmo estando disponível no sistema público de saúde. Para completar, o Ministério da Saúde soltou uma nota recomendando que pais levem suas crianças para uma consulta médica antes de irem tomar a vacina. Alguns médicos e especialistas não recomendam essa visita. Garantem ser uma vacina segura e que não trará prejuízos às crianças. Consideram que, pelo contrário, estarão ainda mais protegidas.

CLIQUE AQUI E CONFIRA A NOTA TÉCNICA DA SESAPI NA ÍNTEGRA

Fonte: Oito Meia