
Na véspera da reunião entre os governadores do Nordeste, nesta quarta-feira (21), o gestor do Piauí, Wellington Dias (PT), evitou o tom de terceiro turno com o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). Na região, todos os Estados elegeram representantes do PT ou aliados ao partido. “Da nossa parte, a eleição terminou, agora temos responsabilidade com o Brasil”, disse o petista nesta terça-feira (20), em Brasília. Não foi confirmado se Bolsonaro vai ao encontro, do qual o governador reeleito de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), participará.
Na reunião, os governadores vão fechar uma pauta que será apresentada ao encontro de governadores, no dia 12 de dezembro, quando Bolsonaro será representado pelo ministro indicado da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. O presidente eleito tem cirurgia prevista para esse dia.
“Somos parte da federação, pagamos tributos, trabalhamos, suamos para poder ajudar o Brasil a crescer, somos uma região de oportunidades na área de energias renováveis, eólicas, solar, hidrelétrica; na mineração; no turismo; em várias áreas. É uma região que mostrou que, quando tem investimentos da parte da União, a economia cresce”, afirmou Dias. “Do outro lado, o que queremos, na verdade, é sair de uma pauta que não seja aquela de interesse maior da população. O Brasil quer saber qual é mesmo o caminho que nós vamos apontar para reduzir violência, nós estamos falando de 61 mil pessoas que foram assassinadas só em 2017 e, disso aqui, 40% na nossa região”.
A primeira reunião dos governadores eleitos com Bolsonaro foi na semana passada, quando os do Nordeste escolheram Dias para representá-los. O petista, que foi reeleito para o quarto mandato, entregou ao futuro presidente uma carta do Fórum dos Governadores do Nordeste, em que eles pedem um novo encontro para abordar a pauta regional. O encontro havia sido convocado por João Doria (PSDB), de São Paulo, e Wilson Witzel (PSC), do Rio de Janeiro.
Na carta, os governadores eleitos pedem um novo pacto federativo, a abertura de crédito e a revisão dos regimes próprios de previdência. Além disso, põe no foco o problema da segurança pública – ressaltando que “o Nordeste concentra 4,5% dos casos (de homicícios), em sua maioria, provocados por armas de fogo” – e a retomada de obras como a transposição do Rio São Francisco e a Transnordestina.
Paulo Câmara foi um dos que não foram à reunião com Bolsonaro. O governador estava de férias e no lugar dele na gestão está o presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Eriberto Medeiros (PP). A vice-governadora eleita, Luciana Santos, deputada federal que é presidente nacional do PCdoB, seria a responsável por ir ao encontro em Brasília, mas faltou. Ela afirmou que “os governadores do Nordeste, simplesmente, não aceitam terem como interlocutores os governadores do Centro-Oeste e Sudeste”.
Fonte: NE10