Chuva de meteoros gera caça ao tesouro no sertão de Pernambuco

Como muitas cidades espalhadas pelo Brasil, Santa Filomena, localizada a cerca de 710 quilômetros de Recife (PE), pode passar despercebida para muitos. Entretanto, uma chuva de meteoros que aconteceu em 19 de agosto transformou a vida da população e tem tudo para ficar para a história dos moradores.

Diversos pedaços de rochas espaciais caíram na região, o que gerou uma verdadeira caça ao tesouro em busca de fragmentos, trazendo o local, de maneira inédita, às manchetes do mundo todo. “Foi uma loucura. A notícia se espalhou e começou a vir gente dos Estados Unidos, do Uruguai, da Colômbia”, explica o bombeiro civil Edimar Costa ao Diário de Pernambuco, que se deparou com um exemplar a 400 metros de sua casa, perto da Igreja Matriz da cidade.

Há falta de legislação específica para o caso, o que acabou fazendo com que muitos realizassem transações de maneira independente, estipulando preços que variam de R$ 20 a R$ 40 o grama. “Todo mundo estava vendendo. Eu vendi [a rocha] para os pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) que estavam aqui porque não teria condições de ficar com isso, não sou da área. É melhor que fique com quem possa estudá-la direito”, complementa Edimar.

O maior objeto pesa nada mais nada menos que 38,2 quilos, e o responsável pelo achado teme por sua segurança e preferiu não se identificar. A esposa dele, por sua vez, não vê a situação com bons olhos. “Isso virou um pesadelo. A gente passou uns dias sem comer e dormir. O objeto tem valor e todos têm interesse aqui, não são só os daqui. Se não tivesse valor, ninguém viria atrás, até do exterior”

Futuro de Santa Filomena

Nem só de comércio vive o evento. O estudante Luiz Fernando de Castro Souza, de 18 anos, idealizou o Grupo Astronômico de Santa Filomena (GASF), que conta com cinco membros. Agora, a expectativa é levantar recursos para fomentar a sede de conhecimento do pequeno município e torná-lo atrativo ao turismo.

“Isso reanimou a cidade porque aqui é um lugar muito desassistido pelo poder público. Ninguém sabe quando vai acontecer de novo e precisa ficar marcado de algum jeito, para que as pessoas saibam que aqui foi a cidade do meteorito”, declarou Luiz.

“Espero que isso estimule a vinda de ajudas e incentivos para cá. Qualquer tipo de apoio, entendimento, será muito bem-vindo”, finaliza o prefeito.

Fonte: Portal R10