
O Centro Maria Imaculada (CMI), referência no tratamento de pessoas com hanseníase, está sem receber recursos da Fundação Municipal da Saúde (FMS) de Teresina desde janeiro de 2021. A demora do repasse vem comprometendo a manutenção de insumos e serviços da instituição, que também é mantida pela Ação Social Arquidiocesana (ASA).
A FMS informou que o problema do repasse já foi resolvido e será regularizado em breve, mas não divulgou data. Ao G1, a Fundação explicou que o atraso é decorrente da dificuldade em analisar a renovação de contrato e revisão de contas. Leia a nota na íntegra ao fim da reportagem.
Além dos pacientes com hanseníase, o Centro de Saúde também presta atendimento clínico para a comunidade, como uma Unidade Básica de Saúde (UBS). A instituição também faz o monitoramento da família do enfermo e por meio da busca ativa localiza possíveis casos de parentes, porque a doença demora a manifestar os sintomas.
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Pacientes com hanseníase durante fisioterapia no Centro Maria Imaculada, em Teresina — Foto: Arquivo Pessoal
De acordo com a coordenadora do CMI, Sara Moura, o Centro não corre risco de fechar suas portas, porém os serviços ficam comprometidos.
“Fechar não, mas o Centro acaba sendo prejudicado. Se não há repasse, não há insumos e isso impacta diretamente em um atendimento de qualidade”, explicou.
O CMI é referência no Nordeste por possuir a única sapataria especializada em calçados artesanais, onde se fabricam palmilhas para uso exclusivo de pacientes com sequelas da hanseníase.
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Centro oferece atendimento de estomaterapia para prevenção e tratamento de feridas de pacientes com hanseníase — Foto: Arquivo Pessoal
Francisco Mendes faz tratamento no Centro Maria Imaculada há oito anos e contou ser muito grato ao serviço que a instituição presta aos acometidos pela hanseníase.
“Eu quando descobri a doença já estava muito avançado. Estou há oito anos em tratamento e, primeiramente, agradeço a Deus e segundo a esta casa que me adotou e hoje me sinto melhor e bem. Ainda não estou curado, faço fisioterapia no Centro porque se não o corpo se atrofia”, disse Francisco.
Dificuldade para manter Centro
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Centro Maria Imaculada faz pequenas cirurgias em pacientes com hanseníase — Foto: Arquivo Pessoal
A instituição funciona há 29 anos, no bairro Real Copagre, Zona Norte de Teresina. Segundo a ASA, essa é a primeira vez que o Centro Maria Imaculada passa por dificuldades de atendimento pela falta de repasses financeiros. O atraso da FMS está sendo contornado pela Arquidiocese de Teresina, que se esforça para manter o Centro aberto.
Ao G1, a ASA informou que não vai deixar o centro fechar suas portas. Todos os esforços estão sendo tomados porque o tratamento de hanseníase é caro e totalmente especializado. Assim como a medicação que precisa ser continuada para que a doença não volte a se manifestar após o fim do tratamento.
Desde fevereiro de 2021, a Prefeitura de Teresina reduziu o repasse de recursos para a organização socioassistencial devido à redução de verbas federais. Ao todo, quatro serviços da ASA tiveram um corte de 100% de recursos: Levanta-te, Vem Para o Meio; Lar da Misericórdia; e dois centros de convivência do idoso.
Leia a nota FMS na íntegra:
A Fundação Municipal de Saúde (FMS) informa que os repasses para o Centro Maria Imaculada sofreram atraso em função de dificuldades em relação à análise da renovação de contrato e revisão de contas, porém o problema já foi resolvido e o pagamento será regularizado em breve.
Fonte: G1 Piauí