A sensibilidade da veterinária Lourena Paz foi o diferencial no socorro prestado ao cãozinho Floki que ficou mais de 3 horas com um osso preso na mandíbula. O caso ocorreu em Teresina e terminou tudo bem graças ao Corpo de Bombeiros e ao carinho da veterinária que resolveu abraçá-lo para que se acalmasse e o osso pudesse ser serrado.
Gheysa Moura, tutora do Floki, conta que ele estava comendo osso e, de repente, começou a pedir ajuda.
“Começou a pular em cima da gente como se tivesse pedindo ajuda. Quando olhei, o osso estava preso na mandíbula. Ele pedia ajuda, mas ao mesmo tempo em que a gente ia ajudar, ele rosnava. Chamei a veterinária que atende em domícilio e até desmarcou outro atendimento pra vir. Ela deu um sedativo, mas ele não deixava tirar. Aí começamos a perceber que, mesmo puxando, o osso não ia sair. Foi aí que chamamos os bombeiros”, conta a tutora.
Gheysa disse ao Cidadeverde.com que a situação deixou Floki muito agitado. Mesmo com auxílio dos bombeiros, o cão não deixava ser tocado.
“Foi dado mais sedativo, mesmo assim, ele não deixava. Daí colocamos a focinheira, usamos as luvas dos bombeiros e a veterinária resolveu abraçá-lo para que se sentisse acolhido. Foi assim que os bombeiros conseguiram serrar. Esse abraço fez toda a diferença, pois como não estávamos conseguindo só com sedativo, a gente ia ter que levar ele pra uma clínica pra dar anestesia geral. Nosso medo é que o Floki ficasse mais traumatizado, com mais gente segurando ele à força e fora de casa, até porque ele já é um cão resgatado. Mas a veterinária insistiu, afirmando que conseguiria e o abraçou. Foram mais de 3 horas de agonia e sufoco, mas graças a Deus deu tudo certo”, conta Moura.
A tutora de Floki agradeceu ainda a atenção e paciência dos bombeiros que atenderam à ocorrência. O vídeo mostra o momento em que o osso é serrado e logo após removido pelos militares.
A sensibilidade de Lourena Paz com os animais não e de hoje. Ao Cidadeverde.com, a veterinária conta que sempre busca o atendimento humanizado e de empatia com o animal. Ela disse que é comum colocar músicas relaxantes e oferecer mimos aos seus pacientes durante os atendimentos. Sobre o abraço, a profissional diz que resolveu “se colocar no lugar do animal”.
“Naquele momento me coloquei no lugar do animal, pois uma coisa é eu explicar para uma pessoa que você vai serrar e vai ficar tudo bem; outra coisa é explicar pra um animal com uma serra na mão e o barulho ali da serra. Até porque os animais têm a audição mais aguçada. Tentamos de várias formas e não deu certo, até que resolvi abraçá-lo, me coloquei no lugar dele. Quando a gente tá com medo e alguém nos dá um abraço, nos sentimos acolhidos. Foi nisso que pensei. Coloquei ele no meu colo, nas pernas, fiz carinho no pescoço e deu certo, ele entendeu” , conta a veterinária que tem 18 anos de profissão.
Lorena Paz e os bombeiros que participaram do socorro ao Floki (Foto: Gheysa Moura)