
A pandemia mundial causada pela Covid-19 trouxe inúmeras consequências tanto em relação à saúde, como na economia e também em diversos seguimentos sociais. Com o cancelamento de shows musicais e demais festas, os artistas que vivem do ramo da música enfrentaram meses difíceis para se manterem economicamente sem realizarem shows.
Na cidade de Picos não foi diferente dos outros estados, os artistas musicais tiverem que se reinventar através das plataformas digitais, mas mesmo assim não foi o suficiente, para aqueles que viviam apenas da música. Após quase um ano de decretos proibindo a realização de eventos, alguns artistas picoenses já voltaram a cantar e tocar em barzinhos, após algumas flexibilizações, em alguns casos as normas sanitárias, assim como o número limitado de pessoas vem sendo respeitada.
A cantora Leide Dayane da dupla Jhony e Dayane fala sobre a dificuldade em que passou durante o período de pandemia sem poder realizar os shows musicais. Ela explica que a dupla a qual ela faz parte, estava recomeçando uma carreira musical, ganhando reconhecimento e que muita gente já estava pegando o nome da dupla.
“Fomos pegos de surpresa, não esperávamos passar por isso. O nosso último show foi no dia 15 de março de 2020 e no início não pensamos que a pandemia teria um impacto tão grande, imaginávamos que fosse algo passageiro, mas foram 7 meses parados. A gente gosta de fazer isso, é o nosso trabalho, fazemos por amor. Fizemos as lives que ajudou matarmos a saudade que a gente tinha de levar entretenimento para as pessoas, foi uma maneira que encontramos de levar um pouco de música para a casa das pessoas em meio a pandemia. Em questão financeira de não podermos trabalhar por se tratar de uma profissão que lida com aglomeração foi muito difícil”, explicou a cantora.
Dayane conta que o processo de retorno gradativo aos palcos tem sido uma alegria para a dupla, mas que ao mesmo tempo o sentimento de medo prevalece, pois segundo ela, enfrentamos uma ameaça desconhecida.
“É uma ameaça invisível, temos filhos, temos pais, avós e tios, por isso temos medo, é uma alegria, mas misturada com medo. Contudo, tem sido interessante voltar a cantar e receber a energia das pessoas, dos amigos, contratantes aos quais a gente agradece muito pela força, assim como os amigos que tem ido. Tem sido interessante esse retorno”, explicou Leide Dayane.
A cantora picoense, Tamyres Oliveira, também passou por esse mesmo processo que Leide Dayane. Ela conta que foi um período difícil, pois o cancelamento dos shows se revertia diretamente no seu próprio sustento. “É como vivemos, perdi bastante contratos que já estavam fechados, fiquei sem apoio nenhum. Aí vieram as lives, onde pudemos fazer o nosso trabalho e ainda o mais importante, ajudar quem precisa”, frisou a cantora.
Tamyres conta que para ela o processo de retorno aos palcos está sendo complicado, pois com o número reduzido de músicos teve que se reinventar em meio ao mercado. “Por um lado ajudou muito, pois pude voltar a trabalhar, porém, devido a situação estar difícil também para os donos de estabelecimentos, os valores baixaram muito, mas sou grata por estar aos poucos voltando ao normal”, afirmou Tamyres Oliveira.
A cantora espera que no ano de 2021 a administração municipal possa proporcionar apoio aos artistas culturais da cidade, com isso, ela acredita que os projetos de trabalho de cada artista possam ser postos em prática e irem em busca de voltar à normalidade.
Fonte: Folha Atual