Brasileiros apostam nas bicicletas para fugir das aglomerações e manter a forma

A venda de bicicletas disparou durante a pandemia. Uma alternativa para quem quer evitar aglomerações e cuidar da saúde.

Desde a hora em que abre até o fechamento, tem cliente querendo comprar. A equipe de vendas ganhou até o reforço do pessoal que trabalha na oficina da loja. Mesmo assim, não dá para atender todo mundo.

“Boa parte das bicicletas que trabalho vem de Manaus e Manaus ficou com muitas fábricas fechadas, então diminuiu a fabricação. Tem tamanho de bicicleta que eu não tenho mais para oferecer para os meus clientes”, diz o empresário Thiago Urias Lopes.

Em outra loja, também sobram pedidos e faltam bicicletas. “Zerou o nosso estoque e também zerou no nosso fornecedor”, afirma o consultor de bicicleta, Fagner Almeida Santos.

O faturamento da loja aumentou 40% nos últimos três meses.

Um levantamento da Associação Brasileira do Setor de Bicicletas mostra que, entre junho e julho, as vendas mais que dobraram, em todo país, em relação ao mesmo período do ano passado.

“O mercado de bicicleta se surpreendeu com o aumento da demanda, da procura por bicicleta, nesse momento. Ninguém estava preparado para isso, então houve esse boom”, conta o diretor-executivo da Aliança Bike, Daniel Guth.

Para a associação que representa o setor, esse aumento nas vendas é resultado da mudança de comportamento das pessoas.

É que com a retomada de algumas atividades, muita gente está buscando a bicicleta como meio transporte mais seguro, já que é possível andar de um lugar para o outro ao ar livre e ainda manter o distanciamento.

Além de mais seguro, é mais barato e é uma excelente atividade física. A própria Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendou o uso da bicicleta durante a pandemia.

Virar ciclista não estava nos planos da manicure Laíce Pereira de Moraes.

“Eu resolvi me matricular em uma academia, só que em seguida surgiu a pandemia, então mesmo com toda a biossegurança das academias, eu preferi investir em uma bicicleta porque é ao ar livre, eu vou sozinha, eu vou com a máscara, sempre protegida”, conta.

O receio de aglomerações no ônibus pesou na decisão do desenvolvedor de software, Arthur Menezes. A saúde também. Agora, ele pedala 20 quilômetros todos dias, num trajeto de ida e volta, de casa até o trabalho.

“Com a bicicleta eu consigo vir sozinho, eu não tenho tanto contato físico com pessoas, posso cruzar na ciclovia, mas é mínimo, então eu prefiro manter só o ciclismo”.

Fonte: Jornal Nacional – Globo