As fortes chuvas na região de Picos elevaram o nível de água na Barragem de Bocaina, distante 26 km de Picos. A área de barracas, frequentada por bocainenses e pessoas que buscam por momentos de lazer, já foi invadida pela água. O reservatório atualmente se encontra com 78% da capacidade total, segundo dados de uma associação local que monitora a barragem.
Vídeos compartilhados na rede social virtual mostram a água invadindo barracas. Proprietários dos estabelecimentos precisaram retirar refrigeradores, mantimentos, para não serem atingidos pela água.
A proprietária de uma barraca, Lucelma Leal, explicou que o marido tem permanecido na barragem por medo da água invadir o estabelecimento que eles possuem desde 2005.
“Já tá bem perto de atingir a nossa barraca, mas no último domingo vizinhos da gente não abriram as portas ao público porque a água já tava dentro do espaço. Meu esposo todo dia está dormindo na nossa barraca, monitorando o aumento de água. Estamos preocupados”, revelou a comerciante.
Paralelo ao aumento de água, Lucelma Leal destacou que o fluxo de pessoas no reservatório aumentou muito nos últimos dias e os barraqueiros, consequentemente, também têm aumentado as vendas.
“Com o aumento da água isso atrai bastante o público que quer aproveitar para tomar banho, curtir um momento de lazer. Então, a gente tem vendido mais por conta dessa realidade”, pontuou.
Ameaça de sangrar
A população bocainense teme que a barragem possa sangrar. Esse episódio ocorreu nos anos de 2004 e 2009, quando o reservatório atingiu 100% da capacidade total.
A Barragem de Bocaina foi construída próxima a nascente do Rio Guaribas e tem capacidade para armazenar 106 milhões de metros cúbicos de água, que quando está cheia, chega a formar um imenso lago de até 28 quilômetros de extensão.
Construída no início da década de 80, no antigo povoado Varjota, pelo 3º Batalhão de Engenharia de Construção (3°BEC), o reservatório tinha como objetivo principal amenizar a seca nas cidades de Bocaina, Sussuapara e Picos.
Fonte: Cidade Verde Picos (por Paula Monize)