
A arqueóloga e fundadora do Parque Nacional da Serra da Capivara, Niéde Guidon, tomou posse na cadeira de número 24 na Academia Piauiense de Letras (APL). A solenidade ocorreu nesta sexta-feira (27) de forma virtual.
O presidente da APL, Zózimo Tavares, explicou que pela primeira vez a Academia realizaria uma solenidade fora de Teresina. A posse de Niéde estava prevista para o dia 14 março, em São Raimundo Nonato, mas precisou ser adiada devido à pandemia do novo coronavírus.
Durante a posse, Niéde lembrou como tomou conhecimento das pinturas rupestres no Piauí. Ainda no curso de História Natural na Universidade de São Paulo, ela organizou uma exposição e foi informada por um visitante, na época prefeito de Petrolina (PE), que a cidade de São Raimundo Nonato (PI) tinha pinturas nos paredões de pedra.
/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2016/03/12/arqueologa2.jpg)
Niède Guidon protege há quase quatro décadas tesouros da arqueologia brasileira — Foto: FUNDHAM
Em 1970, Niéde Guidon como professora na França veio em missão até o Piauí para conhecer as pinturas rupestres em São Raimundo Nonato. A jovem pesquisadora fez uma das maiores descobertas arqueológicas ao encontrar desenhos datados de até quase 30 mil anos, que comprovam a existência do homem americano.
“Eu cheguei em São Raimundo Nonato e perguntei algumas pessoas sobre as pinturas nas paredes, e elas me mostraram alguns sítios. Eu vi a importância dessas pinturas completamente de tudo que se conhecia. Fotografei e consegui na França uma missão para vir até aqui. Em 1973, eu voltei com uma equipe de alunos e aqui ficamos mais de um mês fazendo o levantamento dessas pinturas e vimos a quantidade impressionante de sítios e a importância da região”, comentou.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2020/l/O/cTU5RQRcAKzZH2QBhqAg/niede.jpg)
Niéde Guidon recordou como descobriu as pinturas rupestres no Piauí e sua importância para a humanidade — Foto: Reprodução
Em 1978, as pesquisas de Niéde despertavam o interesse de biólogos e paleontólogos de todo o mundo, que resultou na missão Franco-Brasileira, que tinha o objetivo de estudar a parte pré-histórica, meio ambiente e meio social.
Somente em 1979 foi criado o Parque Nacional da Serra da Capivara, e no ano seguinte surgiu a Fundação do Homem Americano para facilitar e financiar as pesquisas na região.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2019/f/G/8BU29KQAyWeAVmmMNUGQ/desertificacao-f99a8165-celso-tavares-g1-2.jpg)
Detalhe de pintura pré-histórica no Parque Nacional da Serra da Capivara — Foto: Celso Tavares/G1
Graças às descobertas da arqueóloga, a Unesco reconheceu o Parque Nacional da Serra da Capivara como Patrimônio Cultural da Humanidade.
“Eu agradeço todos que me ajudaram durante esses anos com as pesquisas e a criar o Parque Nacional Serra da Capivara”, declarou Niéde.
/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2014/09/12/img_8944.jpg)
Museu do Homem Americano conta história da humanidade — Foto: Pedro Santiago/G1
Fonte: G1 Piauí