Após pandemia, Piauí registra aumento em casos de síndrome respiratória

(Foto: Ascom HRJL)

O Piauí enfrenta um crescimento nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) desde o fim da pandemia. É o que revela o novo Boletim InfoGripe, divulgado nesta sexta-feira (2) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O relatório indica que o Piauí, com a Bahia e Roraima, apresenta uma tendência de crescimento a longo prazo nos casos de SRAG.

O estudo revela que o aumento nas internações está relacionado principalmente ao crescimento de casos provocados por rinovírus entre crianças e adolescentes. Este fenômeno tem chamado a atenção das autoridades de saúde, já que o rinovírus, responsável por causar a maioria dos resfriados comuns, tem se tornado uma das principais causas pelas internações em crianças, afetando especialmente a faixa etária de 5 a 14 anos.

Tatiana Portella, pesquisadora do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e do InfoGripe, explicou que, embora a interrupção no crescimento das internações por outros vírus, como o VSR (vírus sincicial respiratório), esteja mais consolidada em diversas regiões, o Piauí ainda não tem uma definição clara sobre o vírus predominante no aumento dos casos de SRAG.

“Ainda não é possível determinar com precisão o vírus associado ao crescimento dos casos no Piauí, mas o rinovírus é uma possibilidade forte, considerando o cenário nacional”, afirmou Portella.

Além dos rinovírus, o boletim destaca que o VSR continua sendo uma causa importante de internações e óbitos em crianças menores de 2 anos, embora tenha mostrado uma redução nas últimas semanas. Entre os idosos, os vírus da gripe, especialmente a influenza A, são responsáveis por um número significativo de mortes.

Rinovírus tem sido uma das principais causas pelas internações em crianças - (Pixabay)
Rinovírus tem sido uma das principais causas pelas internações em crianças – (Pixabay)

Em termos de prevalência, os dados mais recentes mostram que, nas últimas quatro semanas epidemiológicas, os casos positivos de SRAG em Teresina, a capital do Piauí, foram 21,9% para influenza A, 1,1% para influenza B, 33,1% para VSR e 11,7% para Sars-CoV-2 (covid-19). A mortalidade associada a esses vírus também tem apresentado variações, com a influenza A e o Sars-CoV-2 sendo responsáveis por uma parte considerável dos óbitos.

O que é a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)?

A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) é um quadro clínico caracterizado por sintomas graves de infecção respiratória que pode levar a complicações sérias e até à morte. Ela é um termo geral que engloba uma série de condições respiratórias agudas que afetam os pulmões e podem comprometer a função respiratória.

Quais são as principais características da SRAG?

1. Sintomas:

   – Febre alta

   – Tosse persistente

   – Falta de ar

   – Dificuldade respiratória

   – Dor no peito

   – Fadiga intensa

2. Causas:

   – Vírus: Muitas vezes causada por vírus respiratórios como o vírus sincicial respiratório (VSR), rinovírus, influenza (gripe), e coronavírus (incluindo o SARS-CoV-2, causador da COVID-19).

   – Bactérias: Infecções bacterianas também podem causar SRAG, embora menos frequentemente comparadas às virais.

3. Grupos de Risco:

   – Crianças pequenas: São mais suscetíveis a complicações graves devido ao sistema imunológico ainda em desenvolvimento.

   – Idosos: Têm um sistema imunológico mais frágil e maior probabilidade de doenças respiratórias crônicas.

   – Pessoas com condições de saúde preexistentes: Como doenças pulmonares crônicas, doenças cardíacas ou imunossupressão.

4. Diagnóstico:

   – Exames Clínicos: Avaliação dos sintomas, histórico médico e exame físico.

   – Testes Laboratoriais: Testes para identificar o vírus ou bactéria causadora da infecção.

   – Imagens: Radiografias ou tomografias podem ser usadas para avaliar a gravidade das complicações pulmonares.

5. Tratamento:

   – Cuidados de Suporte: Oxigenoterapia, hidratação e tratamento de sintomas.

   – Medicamentos: Antivirais ou antibióticos, dependendo da causa.

   – Hospitalização: Em casos graves, pode ser necessário tratamento em unidade de terapia intensiva (UTI).

6. Prevenção:

   – Vacinação: Contra vírus respiratórios, como a gripe e COVID-19.

   – Higiene: Lavagem das mãos e uso de máscara para prevenir a propagação de vírus.

   – Cuidados com a saúde: Monitoramento regular e tratamento de condições de saúde preexistentes.

Fonte: Portal O Dia