No Piauí, produtores de mel desenvolveram técnicas para garantir a sobrevivência das colmeias durante a época mais quente do ano.
O cenário é de caatinga, mas no meio da aridez piauiense, uma plantação verdinha rouba a atenção dominada pelo cinza. É para lá que o apicultor Mariano de Oliveira leva as colmeias durante a seca.
Há dois anos, apicultores que vivem em Itainópolis, a 400 km de Teresina, usam pastos irrigados para alimentar e proteger os enxames de abelha do período mais quente na região – que vai de setembro a dezembro. Esse manejo garante a sobrevivência das colmeias o ano inteiro.
O mel – que é conhecido por lá como tesouro dourado – é responsável pelo sustento de muitas famílias, que aprenderam a conviver com as dificuldades de um lugar onde chove, em média, cinco meses por ano.
Esse cuidado rigoroso tem uma explicação: é que o mel produzido nessa região do Piauí é 100% orgânico e por isso tem portas abertas no mercado internacional. Mas para isso acontecer, os apicultores do sertão tiveram que aprender a trabalhar em grupo. Eles se organizaram em cooperativas.
Uma central, em Picos, leste do Piauí, reúne quase 900 apicultores de 40 municípios. A central produziu mil toneladas de mel orgânico no ano passado. Quase toda a produção seguiu para os Estados Unidos, Canadá, China e Europa.
Em uma década, a produção do estado cresceu mais de quatro vezes.
Antes de fazer sucesso em mesas mundo a fora, o produto passa por várias etapas de beneficiamento e certificação. É numa dessas fases que entra o talento da laboratorista Nubia de Oliveira. Ela trabalha para que o mel, com DNA piauiense, chegue cada vez mais longe.
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Fonte: Jornal Nacional